"Livro 2 da série Barcelona"
Quatro anos são suficientes para curar uma ferida?
Com certeza para Gavi e Manuela, não!
Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...
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Eu estava cansada. Na verdade, morrendo de cansaço.
Foi um dia lindo na ONG. Sempre amei ir lá, e ter voltado depois de anos, fez muito bem para mim. Eu amava estar com as crianças, brincar com elas e ver o mundo como elas viam... Embora elas estivessem ali por um motivo triste ou trágico, ainda sim, elas mantinham o sorriso no rosto. Eram pequenos anjos inspiradores.
Mas, embora tivesse sido lindo, também foi cansativo. A ONG estava atendendo muito mais pessoas em comparação ao ano passado — palavras de Brad — então, foi exigido mais de todo mundo. O evento começou cedo e terminou tarde.
Maya e Gavi foram os primeiros a irem embora. Haveria um jantar de Natal com os membros do clube e os dois foram, assim como a Mia e o Pedri também. Os gêmeos começaram a ficar sonolentos e tivemos que nos apressar para irmos embora. Quando chegamos em casa, eu quis muito me jogar no sofá e permanecer ali por horas, mas fui ajudar o Brad com as crianças, que felizmente, dormiram rápido devido ao cansaço também.
Nick e Sol haviam saído, o que surpreendeu todo mundo. Ninguém estava esperando que eles saíssem sozinhos após um dia longo e cansativo na ONG. Matteo havia nos deixado em casa e foi para seu apartamento, dizendo que precisava descansar. Brad, após fazer as crianças dormirem, foi para seu estúdio. Com isso, só tinha eu e Pilar em casa, as duas abandonadas com seus namorados em um jantar.
— Fermín não é meu namorado. — Pilar murmurou, enquanto ajeitava a máscara facial em seu rosto. — Já disse isso várias vezes e ele também.
Estávamos fazendo skincare. Eu amava! Gavi era meio chato e raramente ele deixava com que eu fizesse nele, e com ele se recuperando da cirurgia, não queria forçar a barra e acabar irritando-o.
— Vocês agem como se fossem, só vocês não perceberam isso ainda. Ou perceberam e não querem assumir. — Dei de ombros.
— Não é bem assim... É só... — Ela suspirou, balançando a cabeça. — Esquece. Sexo casual está de bom tamanho. — Forçou um sorriso.
Resolvi não pressioná-la mais. Ela e Fermín tinham uma relação estranha... Era apenas sexo — de acordo com eles — mas dava pra ver que havia sentimentos. Por algum motivo, ambos sabiam disso, mas fugiam. Eu com certeza não tenho propriedade de fala nesse quesito. Fugi por muito tempo do que eu sentia pelo Gavi, assim como ele também, então nós dois entendemos eles de alguma forma.
Porém, não deixa de ser triste.
Estava sentada em cima da pia do meu banheiro. Maya já disse diversas vezes que é extremamente perigoso e eu não deveria fazer isso, mas era um costume, infelizmente. Pilar massageava seu rosto com aqueles rolinhos de cristal, enquanto eu mexia no meu Instagram.
Gavi havia postado alguns stories... Dois, pra ser mais exata. Um era a foto da Luna, e o outro um desenho também feito pela Luna. Sempre soube que Gavi tinha "sangue doce" para crianças. Aonde íamos e tinha crianças, todas corriam para ele. Desde sempre foi assim... A relação dele com crianças se tornou muito mais forte quando os gêmeos nasceram, principalmente entre ele e a Alice. Toda nossa família já havia concordado que os dois se conheciam de outras vidas.
