Capítulo 38 - Problema

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— O que foi?

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— O que foi?

Me assustei quando a Manu surgiu ao meu lado. Estava sentado na borda da piscina, quieto, tentando assimilar tudo o que havia acontecido mais cedo. Sabia que o fato da Paloma me ver não seria boa coisa, mas não sabia que isso resultaria na Maya levando um tapa no rosto por me defender.

Eu não gostava de causar confusões e também não gostava delas por mais contraditório que fosse... Eu não gostava de ser um problema na família Azevedo Martinez, e muito menos gostava de ser um problema que a Maya queria resolver.

Não importa o quanto elas digam que eu não tive culpa e que eu não fui o culpado... Eu sei o que aconteceu, eu sei o que fiz, e eu sei o que as minhas ações causaram na Manu.

Eu não queria ser um problema.

— Hum? — A olhei.

— Você está quieto, mal está falando com o pessoal.

— Não é nada.

— Gavi... — Manu tombou a cabeça para o lado, me olhando.

Eu não conseguia encara-la por muito tempo.

— Ei, fala comigo. — Ela me cutucou. — Me diga o que foi.

— Não é nada, Manu. — Sorri fraco. — Só estou tentando processar ainda tudo o que aconteceu... Porque não me disse que sua mãe estava te mandando mensagens?

Ela suspirou, abraçando as pernas contra o peito.

— Não era nada demais... Eu não queria preocupar você e nem era para a Maya saber também... Eu estava falando com ela quando a Maya viu e eu tive que mostrar e contar que a minha mãe estava tentando nos manipular a voltarmos para Berlim. — Revirou os olhos.

— Porque não me disse?

— Porque não queria te preocupar e não queria que isso acontecesse. — Apontou para nós dois.

A olhei confuso.

— Isso que?

— Isso. Essa sua cara. — Apontou para mim. — A cara de quem está se culpando de novo.

— E-eu não...

— Não precisa mentir. — Me interrompeu. — Eu sei melhor do que ninguém como as palavras da Paloma machucam, Gavi... Eu sei como que elas te atingem, te quebram, te faz querer chorar... Eu cresci com isso.

— Não deveria. — Sussurrei, e ela sorriu triste.

— Eu sei... Mas não escolhemos nosso pais, mas escolhemos nossas famílias... Paloma não é a minha família, a minha família é a Maya, Brad, os gêmeos, meus irmãos, a Mia... Você. — Sorriu. — E agora o Pedri também.

— Manu. — Sorri, balançando a cabeça. — Você não deveria deixar de considerar a sua mãe como sua família.

— Eu deveria e eu fiz, Gavi... — Ela segurou meu rosto. — Ela nunca fez nada por mim além de me quebrar, me machucar e ter feito eu desenvolver doenças que quase tiraram a minha vida. Paloma não é digna da sua empatia e bom coração.

irrompible || pablo gaviOnde histórias criam vida. Descubra agora