Voltei para a realidade quando Maya desceu do carro e fechou a porta. Fiz o mesmo e a esperei pegar sua bolsa para que pudéssemos entrar no Bar Casi. Estava vazio naquele horário, e eu sorri ao sentir o cheiro da comida.
— Maya!
Carmelita, a dona e cozinheira do restaurante, saiu de trás do balcão assim que nos viu entrar. Maya sorriu e a abraçou apertado.
— Você sumiu, menina!
— É o trabalho, dona Lita... — Sorriu, e se virou para mim. — Lembra dele?
Carmelita me olhou por alguns segundos até levar a mão em sua boca com um suspiro e olhar surpreso.
— Eu não acredito... Pablo!
Ela abriu os braços para me abraçar e eu me curvei, a abraçando. Ela me apertava forte enquanto ofegava minhas costas. Ela sempre me tratou muito bem, e mesmo que eu e Nick quase derrubássemos o restaurante correndo entre as mesas e cadeiras, ela nos dava pirulitos de caramelo todas as vezes que íamos embora.
— Você está lindo! — Apertou minha bochecha. — E cresceu, está forte!
Ela apertou meus braços, me deixando envergonhada e Maya começou a gargalhar com a mão na barriga.
— Como é bom ver vocês... — Nos olhos, sorrindo. — O que vão querer? O de sempre?
— O meu sim! — Maya disse, colocando sua bolsa sobre uma mesa, e Carmelita me olhou.
— Para mim também.
Ela assentiu e foi para a cozinha. Nos sentamos e Maya me olhou rindo.
— Está forte... — Brincou.
— Para, Maya! — Olhei para a mesa.
— Você não era tímido assim, deixa disso. — Me encarou, pegando o celular na sua bolsa. — Vou avisar a Kris que volto mais tarde hoje.
Enquanto Maya digitava em seu celular, comecei a observar o restaurante que continuava o mesmo de quatro anos atrás. A área em que os clientes podiam escrever e desenhar em um painel de madeira, ainda tinha meus desenhos, da Manu, Nick...
— Você tem que colocar a assinatura do Gavi ali agora. – Maya apontou para um espaço vazio que tinha.
— Eu vou.
Me virei e olhei para ela, que já me encarava. Eu conhecia aquele olhar e eu sabia que ela queria falar, mas não sabia como... Por muito tempo, nunca tivemos nenhuma barreira entre nós e falávamos 100% o que gostaríamos. Maya sempre foi e sempre será uma das pessoas que eu mais confio e escuto, mas depois de tudo, eu ainda não sei em que estágio estamos.
— Você pode falar...
Ela revirou os olhos, sorrindo.
— Eu sei que eu posso.
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irrompible || pablo gavi
Romance"Livro 2 da série Barcelona" Quatro anos são suficientes para curar uma ferida? Com certeza para Gavi e Manuela, não! Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...