"Livro 2 da série Barcelona"
Quatro anos são suficientes para curar uma ferida?
Com certeza para Gavi e Manuela, não!
Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...
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Estados Unidos
Já estávamos nos Estados Unidos há alguns dias e eu mal estava vendo o Gavi direito. Os primeiros dias foram complicados porque a maioria do time pegou gastroenterite e eles ficaram basicamente em isolamento até melhorarem.
Gavi havia pegado antes de irmos para os EUA após uma tarde no parque, onde ele parecia mais criança que os gêmeos e Maya pediu para que ele tomasse cuidado com o que ele estava comendo... Ele não se importou muito com as comidas quentes que estavam sendo vendidas e deu no que deu.
Por esse fato, Maya havia obrigado ele a passar alguns dias na casa dela, até que ele se recuperasse da gastroenterite e da dor nas costas que ele estava sentindo. Esses dias, fiquei mais na casa da Maya e do Brad do que na minha, o que fez com que a Mia me mandasse um áudio: "não tem casa não, Manuela?"
Sabia que no fundo a Mia sentia falta da gente, mesmo que ela passasse mais dias na casa do Pedri no que na nossa.
E bom, desde que chegamos nos Estados Unidos, mal tenho o visto. Não sou muito fã do território americano, então, eu só estou saindo porque estou sendo arrastada na maioria das vezes pela minha irmã e pela Sol. As duas parecem estar no paraíso das compras e meus irmãos no paraíso das festas... Acho que o único que compartilha o mesmo sentimento que o meu, é o Brad.
— Vamos, Manu... — Maya tentou me puxar. — Podemos comprar câmeras pra você.
— Maya! — Sorri, balançando a cabeça e ela sorriu também. — Não é legal comprar os outros.
— Não estou te comprando, estou sendo a melhor irmão do mundo que eu sou. — Piscou. — Vamos lindinha, levantando!
Me dei por vencida e deixei que a Maya me levantasse. Desde que ela descobriu que eu gostava de tirar fotos, nunca mais parou de comprar câmeras para mim sempre que via. Foi ela que me aconselhou assim que cheguei em Berlim, a tirar fotos da cidade para mostrar pra ela... Sei que o intuito dela era bem claro: me ajudar a esquecer o que tinha acontecido.
E de fato, foi muito útil, porque descobri o meu amor por tirar fotos. Porém, minha mãe não gostou muito de saber que a Maya havia me dado uma câmera, porque segundo ela, era coisa "fútil". A partir daí, eu não tinha muitas coisas de fotografia, já que a maioria era muito caro e eu e Nick ganhávamos mesada que não dava para comprar uma câmera de boa qualidade. Meu pai me apoiava e muitas vezes pedia para ver as fotos que eu tirava, e era ele, Matteo e Mia que sempre estavam comprando equipamentos de câmeras para mim sem que minha mãe soubesse.
Nunca contei para a Maya sobre isso, porque ela sempre fez muito por mim e pelo Nick, e não queria que ela arranjasse mais uma briga com a nossa mãe e comprasse uma loja inteira de equipamentos de fotografia pra mim.
Maya sempre fez muito por nós e eu não gostava muito de pedir as coisas pra ela.
Mas, era como se Maya soubesse o que se passava em Berlim, então, era comum eu receber entregas no meu nome sem ter comprado nada... Mas, sempre recebia uma mensagem da Maya dizendo: "Eu vi e foi impossível não comprar pra você! Lembrei de você hora."
