— Maya!
Minha visão ficou turva em pouco tempo ao ver a imagem da Manu no chão do banheiro com sangue na boca. Eu gritava pela Maya enquanto colocava sua cabeça em meu colo e mexendo em seu rosto.
— Maya!
Quando Maya chegou ao banheiro, ela gritou pela Manu também e se ajoelhou ao meu lado, aproximando seu rosto do dela para ver se ela respirava.
Ela não respirava...
Eu chorava e gritava para que ela acordasse, mas ela não se mexia.
— M-maya.
— Pega algum celular, Gavi, liga para a emergência. Agora!
Corri para o quarto da Manu e vi seu celular em cima da cama. Com as mãos tremendo, consegui ligar para a emergência, e a única coisa que consegui dizer foi o endereço da casa e implorar para que eles viessem rápido.
— M-maya p-porque ela n-não acorda?
Maya também chorava enquanto fazia massagem cardíaca na Manu. Eu voltei a cabeça dela para meu colo enquanto as minhas lágrimas pingavam em seu rosto.
— Cariño, p-por favor, M-manu!
Acordei assustado e chorando. Minha respiração estava desregulada e eu tremia.
Era só um pesadelo... Só mais um.
Olhei para o relógio e ainda eram quatro da manhã. Passei a mão pelo meu rosto, secando minhas lágrimas e fui ao banheiro para lavar meu rosto. Respirei fundo algumas vezes antes de retornar para meu quarto.
Deitei na cama, mas não conseguia dormir. A imagem não saia da minha cabeça, os gritos da Maya, a tensão no hospital... Eu odiava lembrar.
Sentei na cama e fiquei um bom tempo olhando para a lua que iluminava meu quarto. Manu amava a lua mais do que tudo.
Tinha treino em algumas horas e eu sequer conseguia dormir. Acendi a luz do meu quarto e fui até minha escrivaninha, aonde eu guardava bem escondido um caderno ou diário, tanto faz, que eu escrevia desde que Manu havia sido internada.
Eu vi o sol nascer e eu parecia um zumbi no treino. Pedri me deu carona para irmos e ele nem fez muitas perguntas... Provavelmente, ele percebeu que eu não estava bem, e eu não estava mesmo.
Ainda tínhamos que ir para Somorrostro, e eu só iria porque prometi a ele que o ajudaria, porque se fosse pela minha vontade, passaria o dia na minha cama com o rosto enterrado no travesseiro e chorando.
— Eu já estou indo, cacete.
Pedri me olhava irritado enquanto eu guardava as minhas coisas. Estava torcendo para ele desistir de me levar, mas sabia que isso não ia acontecer.
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irrompible || pablo gavi
Romance"Livro 2 da série Barcelona" Quatro anos são suficientes para curar uma ferida? Com certeza para Gavi e Manuela, não! Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...