"Livro 2 da série Barcelona"
Quatro anos são suficientes para curar uma ferida?
Com certeza para Gavi e Manuela, não!
Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...
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Todo começo de temporada é sempre corrido e muito difícil, e posso dizer que essa está sendo uma das piores desde que comecei a jogar futebol.
A turnê nos EUA foi horrível. Cometi um grande erro com os remédios e ainda estava com problemas de saúde em vários aspectos. A maré de azar estava enorme!
Eu estava treinando normalmente todos os dias e me esforçava muito! Sabia que nesta temporada, felizmente, teríamos rotações no elenco, mas ainda assim, eu queria ser o titular do time.
Em um desses treinos, vi Maya e Matteo no CT com Laporta. Inicialmente, não achei estranho, já que estavam negociando novamente o patrocínio da empresa "Azenez" com o time. No entanto, eles estavam lá por outra razão...
Maya e Matteo haviam emprestado uma boa quantia em euros para Laporta registrar os jogadores, o que incluía eu. Ambos tiveram que comparecer a uma conferência da La Liga para explicar a doação.
Eu admirava muito o que eles tinham feito pelo time e pelos jogadores que precisavam ser registrados, mas sabia que agora o presidente da La Liga faria a vida dos dois um inferno.
Por isso, acabei tendo um pequeno desentendimento com a Maya. Não era minha intenção, mas, com medo de que começassem a atacá-la, assim como o Matteo também, agi sem pensar.
Que novidade!
— Oi...
Sussurrei assim que abri a porta de casa e vi Maya deitada no sofá. Ela me deu um sorriso fraco e voltou a atenção para o iPad dela. Eu a conhecia muito bem e sabia que ela estava se segurando ao máximo para não falar comigo.
De qualquer forma, ela também me conhecia.
— Como foi o treino?
— Normal. Xavi nos deu uma bronca pelo empate de ontem.
A La Liga havia começado ontem e empatamos em zero a zero contra o Getafe fora de casa. Não era a forma como gostaríamos de começar a temporada, mas não fomos capazes de marcar um gol sequer.
— Pensei que você estivesse na empresa.
— Tenho reunião só mais tarde, então resolvi ficar por aqui para organizar os relatórios de vocês.
Assenti e tirei os meus tênis, sentando ao seu lado. Eu não sabia muito bem como pedir desculpas e claramente ela percebeu isso. Ela sorriu, balançando a cabeça e abrindo os braços.
Prontamente, sorri e a abracei.
— Me desculpa. — Murmurei.
— Está tudo bem, niñito. Eu entendi seu ponto.
Me afastei dela e suspirei, encostando minha cabeça no sofá.
— Sabia que você e o Matteo parecem o Papai e a Mamãe Noel?
