"Livro 2 da série Barcelona"
Quatro anos são suficientes para curar uma ferida?
Com certeza para Gavi e Manuela, não!
Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...
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Eu sabia que o Gavi não tinha gostado da mensagem do Rodrygo, e não é por minha causa, mas sim pelo Rodrygo. Era notório que nem ele, nem Pedri, nem Fermín ou qualquer outro jogador do time iam com a cara do Rodrygo. A relação deles era diferente em comparação ao Vini Jr, Éder Militão ou qualquer outro brasileiro do time, e obviamente, com Gavi, não era diferente.
Ele, por si só, já desgostava da maioria dos jogadores do Real Madrid, mas mantinha o respeito dentro e fora do campo, com o Rodrygo, pelos vídeos que eu já vi, era diferente. Provavelmente, isso ia piorar.
Não sei se deveria ter ficado mais tranquila ou não quando ele disse para todos nós ontem à noite que ele tinha a missão de marcar o Bellingham. Isso significa que o foco dele não seria no Rodrygo, certo?
Durante toda a noite de pizza, ele esteve quieto após as mensagens. Resolvi não forçar muito. Conhecia bem o suficiente para saber que quando você força Pablo Gavi a falar quando ele não está confortável, boa coisa não acontece.
Ele não dormiu a noite toda. Foi difícil para que eu conseguisse dormir e não ficar acordada junto com ele. Toda hora ele virava de um lado para o outro, inquieto e ainda resmungava que não estava conseguindo dormir. Quase levantei e fui dormir com as meninas no quarto da Sol, mas sabia que se eu fizesse isso, ele ia ficar chateado.
Acho que só fui conseguir dormir realmente na hora em que ele levantou mais cedo do que o normal. O sol nem havia nascido ainda, mas ele já estava de pé. Do jeito que ele pilhava com as coisas rápido e mudava de humor também, sabia que ele ia fazer algo pra se acalmar, e realmente fez: foi correr com o Brad.
Desde sempre eles tiveram essa mania de correr e eu nunca entendia no que isso ajudava ou melhorava, mas funcionava para os dois. Era como se fosse uma coisa de pai e filho e eles sempre faziam isso. Provavelmente faziam quando eu ainda morava em Berlim e fazem até hoje.
— Aonde está o rímel? — Sol gritou desesperada. — Cadê esta caralha?
Sol gritava enquanto revirava o meu quarto. Acho incrível que acontece a mesma coisa com todas as meninas antes de sair... O quarto fica uma zona e você não sabe como aquilo acontece. O meu quarto estava daquele jeito. Foi o tempo de eu me vestir no closet e sair, vendo que a minha penteadeira estava toda bagunçada e as duas estavam lutando para achar as coisas.
— Você estava com ele na mão, Sol. — Pilar murmurou, procurando também. — Cadê a escova de cabelo?
— Como vocês conseguiram destruir o meu quarto em dez minutos? — Perguntei assustada.
— Não destruímos, está apenas um pouco bagunçado. — Sol respondeu, olhando debaixo da minha cama. — Que medo de achar uma camisinha perdida aqui.
— Sol! — A repreendi. — Ficou doida?
— É algo que acontece, e está tudo bem. — Ela piscou. — Achei! — Gritou.
