— Vem, levanta.
Saí dos meus devaneios quando a voz da Maya me atingiu. Ela tinha o rosto vermelho, assim como a ponta do seu nariz. Qualquer pessoa que olhasse para ela poderia supor que era pelo frio, mas eu sabia que não era... Ela estava chorando.
Passei a mão pelo meu rosto, secando minhas lágrimas, pois assim como ela, eu também estava chorando. Pensei que já era tarde e que eu tinha dormido, mas não... Em seu relógio, consegui ver quando ela mexeu o pulso, havia passado apenas meia hora desde que Eliana tinha ido embora.
Era perto do horário do almoço, e Maya estava em casa. Hoje, por ser terça-feira, ela deveria atender na clínica, mas já fazia algumas semanas — desde que me lesionei — que ela não está atendendo lá, somente no CT.
Além do seu rosto estar vermelho, também estava um pouco inchado. Seus cabelos estavam bagunçados em um rabo de cavalo mal feito. A raiz mais escura que seu cabelo estava crescendo, e ela não havia retocado. A última vez que vi seu cabelo ganhando tonalidade mais escura foi quando ela estava grávida. Maya tinha um loiro escuro e muitas vezes pintava de um loiro mais claro. Todo mundo sempre disse que ela deveria deixar o loiro natural dela, mas ela gostava do cabelo loiro claro.
Estava meio confuso enquanto eu olhava para ela. O que ela tinha dito?
— Que?
— Eu falei pra você levantar, vamos.
Sem que eu respondesse, ela me puxou pelos braços, me sentando no sofá. Ela segurava um moletom meu e começou a vestir em mim como se eu fosse um bebê.
— Maya, o que você está fazendo? Não tá frio aqui dentro.
— Mas lá fora está.
— Eu não vou sair lá pra fora.
— Sim, você vai. — Assentiu.
Me desesperei. Não queria sair.
— O que? Não! Eu não vou! — Balancei a cabeça, me afastando um pouco dela.
— Não estou perguntando, Gavi, eu estou afirmando. Você vai sair desse sofá nem que eu tenha que te pegar no colo.
— Maya, é sério. — Segurei suas mãos. — Eu não quero.
Ela ficou em silêncio por alguns segundos, apenas me olhando. Percebi quando seus olhos se encheram de lágrimas.
— Ninguém aguenta mais ver você nessa situação. Você não sai desse sofá, não faz nada. Você está machucado, mas não morto. Não queremos que você entre em depressão, mas você precisa querer isso também. Você vai levantar desse sofá, e pode me xingar o quanto quiser, eu não me importo.
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irrompible || pablo gavi
Romance"Livro 2 da série Barcelona" Quatro anos são suficientes para curar uma ferida? Com certeza para Gavi e Manuela, não! Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...