Capítulo 90 - De Volta

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Assim que cheguei em casa, era possível ouvir as vozes animadas das crianças e a da minha irmã

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Assim que cheguei em casa, era possível ouvir as vozes animadas das crianças e a da minha irmã. Os gêmeos amavam a Aurora e a Aurora os amava da mesma forma.

Peguei minhas coisas e tranquei o carro. Maya havia ido para a empresa de última hora resolver o problema que o Matteo estava tendo, e Brad ainda ficaria um pouco mais na gravadora.

Certamente, Manu não estava em casa. Ela gosta de terminar seus trabalhos e coisas da faculdade lá mesmo, e por isso, muitas vezes ela fica até tarde com a Sol — e agora, acredito eu, que com a Pilar também — na faculdade.

Quando abri a porta, ouvia as risadas alegres dos gêmeos, e logo, os dois já estavam se pendurando no sofá quando notaram que a porta foi aberta.

Alice foi a primeira a pular do sofá e correr até mim.

— Tio Gavi! — Me abraçou. — Tia Rora chegou!

— É mesmo, meu amor?! — Dei um beijo em sua bochecha. — Oi, rapazinho!

Arthur correu e me abraçou pelo pescoço também. Olls se juntou a nós e por pouco eu não caí de bunda batendo minhas costas na porta.

— Você parece um pai de família. — Minha irmã disse, com as mãos na cintura.

— Ainda não.

Deixei minhas coisas em cima do aparador e corri para abraçá-la. Rodeei sua cintura em um aperto forte, ao mesmo tempo que a levantava do chão.

— Senti sua falta, Rora. — Murmurei.

— Eu também, Pablo, muita! — Dei um beijo na minha bochecha e eu a coloquei no chão. — Chegou cedo!

— Você chegou cedo. — Pontuei. — Pensei que viria só mais tarde.

— Consegui vir mais cedo. A Maya ligou pro Javi pedindo ajuda em algo que haviam feito errado aqui. Calhou de pegarmos o primeiro trem da manhã.

— Maya estava mesmo no telefone com o Matteo reclamando de algo. — Sentei no sofá. — Como estão os nossos pais?

Minha irmã fez o mesmo, sentando ao meu lado. As crianças se juntaram a nós, ficando no tapete enquanto brincavam e pintavam.

— Eles estão bem. Mamãe na clínica e o papai no restaurante, tudo normal. — Deu de ombros. — Eu quase não os via também, esses últimos meses na faculdade foram corridos.

— Eu imagino. — Dei uma risada fraca.

Às vezes, eu tinha vontade de ligar para a minha mãe e contar o que estava acontecendo aqui, mas eu não queria incomodá-la. Quem vê de fora, acredita que eu e meus pais temos uma relação ruim ou algo do tipo, mas a verdade é que não é assim... Eu pedi para que meus pais ficassem em Sevilha enquanto eu tentava a minha vida em Barcelona, e deu certo.

Eu amo meus pais e sou grato por tudo o que eles fizeram por mim, principalmente por terem me ensinado desde pequeno que eu tinha que fazer por onde e fazer as coisas por mim. Cresci longe deles, mas isso não significa que eles são péssimos pais, foi escolha minha.

irrompible || pablo gaviOnde histórias criam vida. Descubra agora