Assim que cheguei em casa, era possível ouvir as vozes animadas das crianças e a da minha irmã. Os gêmeos amavam a Aurora e a Aurora os amava da mesma forma.
Peguei minhas coisas e tranquei o carro. Maya havia ido para a empresa de última hora resolver o problema que o Matteo estava tendo, e Brad ainda ficaria um pouco mais na gravadora.
Certamente, Manu não estava em casa. Ela gosta de terminar seus trabalhos e coisas da faculdade lá mesmo, e por isso, muitas vezes ela fica até tarde com a Sol — e agora, acredito eu, que com a Pilar também — na faculdade.
Quando abri a porta, ouvia as risadas alegres dos gêmeos, e logo, os dois já estavam se pendurando no sofá quando notaram que a porta foi aberta.
Alice foi a primeira a pular do sofá e correr até mim.
— Tio Gavi! — Me abraçou. — Tia Rora chegou!
— É mesmo, meu amor?! — Dei um beijo em sua bochecha. — Oi, rapazinho!
Arthur correu e me abraçou pelo pescoço também. Olls se juntou a nós e por pouco eu não caí de bunda batendo minhas costas na porta.
— Você parece um pai de família. — Minha irmã disse, com as mãos na cintura.
— Ainda não.
Deixei minhas coisas em cima do aparador e corri para abraçá-la. Rodeei sua cintura em um aperto forte, ao mesmo tempo que a levantava do chão.
— Senti sua falta, Rora. — Murmurei.
— Eu também, Pablo, muita! — Dei um beijo na minha bochecha e eu a coloquei no chão. — Chegou cedo!
— Você chegou cedo. — Pontuei. — Pensei que viria só mais tarde.
— Consegui vir mais cedo. A Maya ligou pro Javi pedindo ajuda em algo que haviam feito errado aqui. Calhou de pegarmos o primeiro trem da manhã.
— Maya estava mesmo no telefone com o Matteo reclamando de algo. — Sentei no sofá. — Como estão os nossos pais?
Minha irmã fez o mesmo, sentando ao meu lado. As crianças se juntaram a nós, ficando no tapete enquanto brincavam e pintavam.
— Eles estão bem. Mamãe na clínica e o papai no restaurante, tudo normal. — Deu de ombros. — Eu quase não os via também, esses últimos meses na faculdade foram corridos.
— Eu imagino. — Dei uma risada fraca.
Às vezes, eu tinha vontade de ligar para a minha mãe e contar o que estava acontecendo aqui, mas eu não queria incomodá-la. Quem vê de fora, acredita que eu e meus pais temos uma relação ruim ou algo do tipo, mas a verdade é que não é assim... Eu pedi para que meus pais ficassem em Sevilha enquanto eu tentava a minha vida em Barcelona, e deu certo.
Eu amo meus pais e sou grato por tudo o que eles fizeram por mim, principalmente por terem me ensinado desde pequeno que eu tinha que fazer por onde e fazer as coisas por mim. Cresci longe deles, mas isso não significa que eles são péssimos pais, foi escolha minha.
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irrompible || pablo gavi
Romance"Livro 2 da série Barcelona" Quatro anos são suficientes para curar uma ferida? Com certeza para Gavi e Manuela, não! Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...