Capítulo 64 - Mãos Dadas

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O fato de a Manu ter me chamado para ir com ela aos exames foi algo que me surpreendeu

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O fato de a Manu ter me chamado para ir com ela aos exames foi algo que me surpreendeu. Quando ela me contou, no momento, eu achei que tinha ultrapassado alguns limites quando me ofereci para ir com ela, sem ao menos ela ter me chamado também, porém, quando ela o fez, aquilo me deixou surpreso.

Quando éramos menores e tínhamos que fazer exames, sempre apoiávamos um ao outro de mãos dadas. Manu sempre sentiu um pouco mais de medo, então todas as vezes, eu estava do lado dela, ao contrário do Nick, que para fazer exames, a Maya ou o Brad tinham que colocá-lo em seus colos para evitar que ele saísse correndo.

Uma vez ele fez isso, e Maya parecia uma maluca atrás dele na clínica, e quando finalmente o achou, o segurava pelos braços enquanto o arrastava até a salinha dos exames... Nick gritou horrores aquele dia e fez até mesmo que outras crianças que estavam na recepção chorassem também.

Não querendo me gabar, mas eu sempre fui muito obediente e nunca dei show igual ao Nicholas.

E estar ali com a Manu novamente, segurando a mão dela em um momento que sabia que para ela era horrível, fez com que eu deixasse um pouco a culpa de lado... Ela confiava em mim.

Acho que o fato de estar passando um tempo na casa da Maya está me ajudando com isso... Lidar com a culpa. Ficar sozinho na minha casa com os meus pensamentos fazia minha cabeça entrar em parafuso, então, estando lá com os gêmeos, com a Rosa, me ajudava a esquecer um pouco.

Esse assunto havia se tornado frequente nas minhas consultas com a Eliana. Eu continuava não gostando dela, já que provavelmente ela tinha idade para ser minha tia, mas era bom ouvir conselhos e a opinião de outra pessoa que não te conhecia completamente para tentar aliviar um pouco a sua barra.

Maya também sempre conversava comigo sobre isso... Era engraçado, porque ela sabia os dias em que eu estava mais quieto e tinha algo acontecendo, e por conta disso, ela apenas me olhava com carinho, abria os braços e deixava com que eu falasse por horas coisas aleatórias.

De qualquer forma, as coisas estavam melhores do que eu esperava.

Ver a Manu lutar contra todas as dificuldades que ela enfrentava em decorrência da anorexia, bulimia e seus dias em coma me deixava orgulhoso. Eu já passei por muitas coisas, principalmente em campo, mas eu tenho certeza que eu nunca aguentaria um por cento do que ela passou.

Manu era uma força da natureza, com uma força inabalável.

Como diz aquela música da Sia... Manu com certeza era imparável, uma Porsche sem freios, era invencível e ganhava todos os jogos e lutas que passava... Definitivamente, ela era imparável.

— Que horas é o seu treino hoje?

— À tarde, depois do almoço. — A olhei. — Quer ir me ver treinar?

— Obrigada, mas eu pretendo passar a tarde deitada no sofá com o Olls, torcendo para que os gêmeos não me perturbem.

— Irei aguardar ansiosamente sua atualização sobre estar na paz com os gêmeos ou não. — Disse com um sorriso travesso.

irrompible || pablo gaviOnde histórias criam vida. Descubra agora