Quando comecei a ser empresário do Gavi, não pensei que isso significaria eu viajando para todos os lugares onde ele jogava. Veja bem... Minha vida era corrida, com a minha irmã trabalhando agora no Barcelona, além da clínica dela, mais coisas caíram no meu colo, e eu não estou reclamando disso.
Eu gostava de viajar e acompanhar os jogos do Gavi, gostava mesmo. Nos dias que eu estava viajando com ele e a Seleção, eu trabalhava online e dava certo. Funcionava.
Porém, essa semana em específico, eu não estava afim de viajar. Tinha ido para o Brasil durante a pior onda de calor que eu já vivenciei. Não achei que era possível o Rio de Janeiro ser tão quente. Eu tenho certeza que a Maya fez isso de propósito, afinal, ela que tinha que ir para o Brasil, mas com a decadência que estava o Barcelona, fui gentil em aceitar ir no lugar dela.
Me arrependi, e muito. A cada duas horas eu mandava mensagem para ela xingando. Aquele país estava um inferno! Até o ar condicionado estava quente... Não tinha condições.
Fui embora do Brasil direto para Chipre onde teria o jogo da Seleção. Resultado? Fiquei gripado, o óbvio aconteceu. Saí de um país que estava parecendo o próprio inferno e fui pra um que estava quase nevando. A Maya me paga!
Sendo sincero, não sabia porque estava acompanhando o Gavi. A seleção já estava classificada para a Euro do ano que vem graças a ele, e a tendência era que ele tivesse menos minutos, já que não havia grande necessidade assim dele jogar.
Me tornar empresário dele, me fez perceber outra coisa também... Eu era preocupado demais! Eu me sentia um pai pra ele e eu jamais queria roubar o posto do senhor Pablo ou do Brad, mas muitas vezes, quando percebia, eu já estava agindo como um pai chato e preocupado.
Não era minha culpa. Meu papel era cuidar da carreira dele, ser o suporte que ele precisava, mas acabei me envolvendo em outras questões também... O fato dele não ter descanso, me preocupava. Com as ondas de lesões no Barcelona, ele não tinha nenhum descanso. Jogava todos os jogos e se arrebentava, igual quando quase perdeu um pedaço da orelha — o dia no qual minha irmã estava disposta a fazer a mesma coisa no jogador que o machucou.
Eu ia em alguns treinos do Barcelona, e nesses treinos, eu parecia um pai preocupado em cima do Xavi e fisioterapeutas perguntando como estava o físico dele. Sabia que ele tinha um ótimo físico, não se cansava e era elogiado por todos graças a isso, mas, ao meu ver, era preocupante. Ele tem dezenove anos, é novo, jogar o tanto que ele joga, acredito que não seja aconselhável.
Mesmo morando por um período na Itália, eu acompanhava os jogos e via sempre ele jogando desde que subiu para o profissional. Quando ele me contou que foram raras as vezes em que ele não jogou, fiquei até meio surpreso. Dois anos no profissional e cem jogos... Achei que era demais pra um jogador de dezenove anos a atingir essa marca.
O problema do Gavi, era que ele não falava como estava se sentindo em questão física. Ele amava jogar, odiava ficar um jogo fora, ou qualquer coisa do tipo. Todas as lesões que ele teve durante a época do La Masia, eram um inferno porque ele não parava quieto e sempre queria voltar o mais rápido possível. O fato dele não falar e sempre colocar o seu amor acima de qualquer coisa, até mesmo dele, também me preocupava.
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irrompible || pablo gavi
Romance"Livro 2 da série Barcelona" Quatro anos são suficientes para curar uma ferida? Com certeza para Gavi e Manuela, não! Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...