"Livro 2 da série Barcelona"
Quatro anos são suficientes para curar uma ferida?
Com certeza para Gavi e Manuela, não!
Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...
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Tive que ligar para a minha irmã pelo menos três vezes até ela me atender. Segurei uma risada ao ver a cara de sono dela, enquanto andava pela casa coçando o olho.
— Eu acho bom você estar morrendo, Pablo.
— Tem faculdade amanhã de manhã?
— Pra sua sorte não. O que foi, pirralho?
Ela sentou no sofá da sala e me encarou.
— Preciso de um conselho seu.
— Que tipo de conselho? O que você fez?
— Porque você acha que eu fiz algo?!
Na verdade, porque todo mundo está achando que eu fiz algo?
— Você me liga de madrugada, quer que eu pense o que?!
— Qualquer coisa que não seja que eu fiz algo.
— Pablo, me fala logo o que você quer que eu pretendo voltar a dormir em alguns minutos.
Revirei os olhos e apoiei meu celular. Minha irmã me encarava ansiosa saber o que era.
— Rora... Eu acho que a Mariah voltou.
Ela já estava com sono e quando disse o nome da Mariah, sua cara ficou ainda mais confusa.
— Quem?
— A Mariah...
Foram necessários alguns segundos para que Rora percebesse de qual Mariah eu estava falando.
— Você está brincando, não está?!
— Eu gostaria de estar brincando...
— Eu vou pra aí hoje. — Ela se levantou do sofá.
— Rora, não! Calma. — A olhei. — Senta aí, deixa eu terminar de falar.
— Ai Pablo... — Ela fez o que eu pedi. — Você está bem?
— Eu não sei. — Dei de ombros. — Saímos depois do jogo ontem e eu a vi em um bar na frente da aonde estávamos. Ela me olhou e eu tenho certeza que era ela.
— Você já falou com alguém?
— Já. — Assenti. — Pedri, Nick e a Pilar sabem.
— Pilar... — Ela me encarou.
— A ex melhor amiga da Mariah, é, eu sei... As meninas estão fazendo faculdade juntas e a Manu acabou se resolvendo com ela. Mas, a Pilar não fala mais com ela, confio nela.
— Tá... Tudo bem. — Rora balançou a cabeça de um lado para o outro. — Você falou com a Maya ou o Brad?
— Ainda não. A casa tava cheia e eu não queria deixar um clima ruim. — Ela assentiu. — Rora... E-eu estou com medo.
