"Livro 2 da série Barcelona"
Quatro anos são suficientes para curar uma ferida?
Com certeza para Gavi e Manuela, não!
Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...
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Segunda-feira, 9 de Outubro, 2023
Uma das coisas mais aleatórias que eu gostava de fazer era observar pessoas no aeroporto. O que elas fazem? Do que vivem? É algo que me intrigava...
Sempre indo de um lado para o outro, apressadas, com telefones na orelha, malas... Era algo que eu gostava de observar.
Mesmo nos primeiros horários, o aeroporto internacional de Barcelona já estava cheio. Gavi se encontrava morrendo de sono encostado ao meu ombro e abraçado a mim. Ele, Maya e a Mia estavam com caras de mortos. Ontem teve o jogo fora de casa e eles foram, dois voos e hoje mais um. Eu no lugar deles, me recusaria a ir.
Estava sendo engraçado ver o quão animado e agitado estava o Tutu. Ele estava testando para ver até onde o Brad iria, e conhecendo o pai, sabia que não ia acontecer muita coisa. Seria ao contrário se a Maya estivesse disponível e disposta o suficiente para resolver isso. Ela sabe ser firme quando precisa.
Sol e Nick estavam ao nosso lado e eles não trocavam uma palavra sequer. O clima entre eles era estranho... Desde da linda frase do meu irmão "foi um erro do caralho" não sei em que estágio eles estão. Claramente eles só se suportam, e na medida do possível ainda.
— Tudo pronto, podemos embarcar. — Maya nos avisou depois de alguns minutos.
— Glória a Deus! — Mia agradeceu, se levantando da cadeira.
Soltei uma risadinha baixa e cutuquei o Gavi. Ele acordou meio desnorteado, coçando os olhos e me olhando.
— Já está tudo pronto para embarcarmos. Vamos.
— Que sono. — Murmurou.
Lhe dei um selinho e o puxei pela mão para que ele levantasse. Seu sono sumiu na hora que ele viu que a Mia estava com a Alice no colo, e correu até ela perguntando se ela queria que ele a levasse. Em vez da Alice, Mia lhe entregou a bolsa que ela usava.
Combinou com a roupa dele de qualquer forma e aquilo me fez rir.
— Sua família é tão estranha, sabia?
— Por que? — Olhei para a Sol.
— Quem faz testamento com bebês que nem nasceram ainda, gente? Nunca vi isso na minha vida. Se duvidar, vocês devem fazer parte da realeza.
— Para de ser besta, Sol. — Ri, a empurrando pelo ombro. — São apenas coisas que meu pai inventa. Mas também acho que é cedo demais pra tudo isso, porém, é melhor evitar mais dores de cabeça.
— É... — Sol deu de ombros e me encarou. — Tudo bem com você? Tipo, voltar para Berlim...
— Sim. — Assenti. — Claro, se eu tivesse a oportunidade, eu jamais voltaria para lá tão cedo, mas é pior para a Mia do que pra mim. Então, tá tudo bem.
E não era mentira... Se eu pudesse, realmente não voltaria nem tão cedo pra Berlim, mas as coisas não funcionam como desejamos. Era ruim pra mim, mas era mil vezes pior pra Mia, principalmente com ela grávida agora.
