Sábado, 25 de Novembro, 2023
— Deixa ele dormir, Sol.
— Ele só tem dormido todos os dias. Sabia que isso é um sinal de depressão? Você deveria perguntar isso pra reina, ruivinha.
— Eu não vou acordar ele.
— Te falta ódio, Manu.
— É pra eu sentir ódio dele?
— Não, não dele, da vida mesmo. Vem Pilar, me ajuda.
— Por que eu?
— Porque sim!
Estava ficando confuso com aquelas vozes todas. Os remédios estavam me deixando um pouco fora de mim e eu passava quase todo o dia dormindo. Maya disse que era normal por serem remédios fortes, mas eu sentia que não tinha forças pra sequer levantar minha cabeça.
Assim como também não estava tendo discernimento pra saber quem estava falando ou não.
— Psiu. Gavira. — Alguém me chacoalhou. — Vamos acordar, belo adormecido.
— Belo é o nome de um cantor de pagode brasileiro.
— Que? Pagode?
— Esquece.
Voltei a sentir que me chacoalhavam. Parecia que eu estava dentro de um navio de tanto que me balançavam — e eu nunca andei de navio.
Quando abri os olhos, me assustei, indo para trás rápido demais. A sorte era que atrás de mim estavam as almofadas do sofá. Sol e Pilar me encaravam com os rostos extremamente perto do meu.
— O que é isso?
— Viemos te acordar. — Sol deu de ombros.
— Isso eu já percebi, me deixa dormir. — Arrumei minha almofada.
Minha cabeça bateu com tudo no sofá quando a almofada foi tirada de baixo dela. Fuzilei a Sol com olhar quando ela jogou minha almofada para o outro sofá.
— Qual é o seu problema?!
— Meu nenhum, mas você está agindo como um morto. Você machucou a perna, mas o resto do seu corpo funciona. Vem, levanta, precisamos da sua ajuda.
Eu parecia um boneco de posto quando a Sol me puxou pelo braço, me sentando no sofá. Olhei para a Pilar que apenas observava aquilo tudo.
— Eu quero dormir.
— Você só tem dormido ultimamente meu filho, chega! Daqui a pouco está criando raízes nesse sofá.
— Me deixa com as minhas raízes. — Resmunguei.
Sol não se importou com o que eu disse, apenas rodeou minha cintura com os dois braços e me levantou, parecendo literalmente um boneco de posto. Arregalei meus olhos achando que ia cair, mas a Pilar foi mais rápida ao me segurar por trás.
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irrompible || pablo gavi
Romance"Livro 2 da série Barcelona" Quatro anos são suficientes para curar uma ferida? Com certeza para Gavi e Manuela, não! Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...