"Livro 2 da série Barcelona"
Quatro anos são suficientes para curar uma ferida?
Com certeza para Gavi e Manuela, não!
Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...
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— Rora... Ei, psiu.
Estava com a lanterna do celular na cara da minha irmã, e no segundo seguinte, meu celular foi parar no chão e o abajur ao lado dela se acendeu.
— Pablo Martín Páez Gavira... — Ela murmurou. — Você quer morrer?!
— Amor, desliga isso. — Javi colocou o travesseiro no rosto.
Apaguei o abajur e voltei a usar minha lanterna. Rora abaixou a lanterna longe do seu rosto e me encarou feio.
— O que foi?
— Preciso da sua ajuda.
— Pra que? Já viu que horas são?!
Ela apontou para o relógio e eu vi que ainda eram cinco e quarenta e seis da manhã.
— É aniversário da Manu.
— Eu sei!
— Me ajuda a fazer cupcakes? — Sorri.
Rora fechou os olhos e passou a mão no rosto.
— É sério isso?
— Sim... Por favor, Rora. — Fiz minha melhor cara.
Ela respirou fundo e levantou da cama.
— Eu te odeio tanto!
Dei um beijo estralado em sua bochecha e a abracei de lado enquanto saíamos do quarto. Ela fechou a porta e me olhou com tédio, provavelmente não acreditando que eu havia a acordado para fazer cupcakes.
— Vai acordar a mamãe? — Ela me olhou.
— Pra que?
— Você sabe aonde está o livro de receitas dela por acaso?
— Não... — Mordi a bochecha. — Ela vai me matar.
— Eu quero te matar também! — Me deu um tapa no braço. — Vai acordar ela que eu vou ir arrumando as coisas lá em baixo.
— Rora...
— Eu não vou acordar a mamãe, a ideia é sua. — Me empurrou.
Choraminguei e dei meia volta, indo até o quarto dos meus pais. Abri a porta devagar e fui até a beirada da cama, cutucando a minha mãe.
— Mãe... Oh mãe...
Ela me deu um tapa estralado na mão.
— Aí, mãe! — Reclamei.
— Estou dormindo, Pablo. — Murmurou.
— Preciso da sua ajuda...
Ela acendeu o abajur e me olhou preocupada.
— A Manu está bem?
— Está? — A olhei confuso. — Mas é pra ela que eu preciso da sua ajuda.
