"Livro 2 da série Barcelona"
Quatro anos são suficientes para curar uma ferida?
Com certeza para Gavi e Manuela, não!
Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...
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Quarta-feira, 03 de Janeiro, 2024
Meu primeiro desafio como futura mãe estava acontecendo hoje, justamente, quando a Maya não está em casa.
Sinceramente... O que minha irmã foi fazer em Las Palmas no começo do ano?! Tudo bem, entendo que é o dever dela por trabalhar com o time, mas ela pelo menos podia atender o celular.
— Nem ela nem a Mia estão atendendo. — Passei a mão pelo rosto. — O que vamos fazer, Gavi?
— Ela não está tão quente ainda. — Gavi disse, colocando a mão no rostinho da Luna. — Cadê o termômetro?
Era uma quarta-feira, terceiro dia do ano e já estávamos de volta para Barcelona com a Luna dando indícios que ia ficar doente, e o pior ainda: ela estava em estado febril.
No dia da virada do ano, os gêmeos acabaram entrando no mar gelado para pularem as sete ondinhas como tradição Brasileira que fazíamos, e nisso, a Luna quis ir junto, porém... Os gêmeos já estão acostumados. Eles fazem isso desde sempre. Desde pequenos eles tomam diversas vitaminas para a imunidade, ainda mais porque os dois herdaram todos os "ITE's" do mundo.
Mas a Luna, aparentemente, não estava acostumada, o que era normal. Ainda em Barceloneta, no dia seguinte antes de virmos embora a Maya me olhou e disse:
— A Luna vai ficar gripada, o narizinho dela está inchado, fica de olho.
Eu achei que minha irmã estava louca! Como ela sabe que uma criança vai ficar doente somente por olhar o nariz? Foi isso que eu pensei quando ela me disse, mas não falei, não queria contrariar a Maya... Mas eu deveria ter acreditado nela.
Era de madrugada quando a Luna começou a tossir e a Alice foi me chamar. As duas estavam dividindo o quarto nos dias em que a Luna estava com a gente, e desde do pequeno acontecimento após o Natal com a Alice morrendo de ciúmes do Gavi, nada mais aconteceu. Alice e Luna tinham virado melhores amigas.
Quando fui para o quarto delas no auge das três da manhã, a Luna tossia sem parar. Maya já tinha ido para Las Palmas mais cedo junto com a Mia, e ela já estava dormindo essas horas. Tive que acordar o Brad, que justo naquele dia resolveu dormir no horário certo.
A responsável pelos remédios de todos em casa era a Maya. Nós não a questionávamos quando ela mandava tomarmos tal remédio. Ela trabalha diariamente com isso, então, apenas confiamos nela como sempre. Maya teve muito medo de medicar as pessoas quando os gêmeos nasceram, mas depois passou — era apenas o medo de ser mãe e errar. Todos os remédios que o Gavi tomou nas últimas semanas para a recuperação dela, também foi ela que administrava...
Brad apenas sabia o básico dos xaropes. Ele não gostava de ter que medicar as crianças sem a Maya dizer o que ele deveria fazer. Ficamos quase meia hora na cozinha pesquisando todos os remédios da mini farmácia que tinha ali, para sabermos qual remédio a Luna poderia tomar.
