"Livro 2 da série Barcelona"
Quatro anos são suficientes para curar uma ferida?
Com certeza para Gavi e Manuela, não!
Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...
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Viajar com a minha família, sempre foi estressante e caótico ao mesmo tempo. Desde pequena, tive que me acostumar com os berros da Maya e do Matteo... Fora os atrasos.
Porém, de repente, o que parecia que já era o nível mais alto de caos e estresse que poderia chegar, mudou completamente com a chegada do Gavi, Pedri e a Sol... Já havíamos viajado algumas vezes — sem a presença do Pedri — mas éramos pequenos, então a única coisa que tínhamos que fazer era ficarmos sentados no sofá da sala olhando os gêmeos nos bebês confortos enquanto os adultos arrumavam as coisas no carro.
Mas agora, não somos mais pequenos, e nós mesmos somos obrigados a arrumarmos as nossas coisas, infelizmente... Também devo acrescentar o fato de que a Maya fica extremamente estressada em viagens, e sempre é um caos sem igual quando vamos sair de casa.
Lembro da primeira viagem que fizemos após o nascimento dos gêmeos... Provavelmente estávamos indo para Alicante, já que era quase sempre o destino nos finais de anos, e naquele dia, a vi chorar de nervoso. Eu e Gavi ficamos preocupados com o estado dela, que chorava com as mãos no rosto sentada na sala enquanto os gêmeos choravam sem parar.
Maya havia acabado de ter os bebês, que estavam perto de completar os três meses de vida, e também cuidava de nós — eu, Gavi, Aurora, Mia, Nick e Matteo — além de trabalhar, acompanhar o Gavi nos treinos e estar cursando psicologia sendo que, recentemente, havia acabado de se formar em administração e ter assumido a empresa. Infelizmente, havia se tornado comum as vezes ela explodir.
Não sabíamos muito bem como reagirmos, e o conselho que recebemos do Brad era pra que deixássemos ela "desabafar" da forma que ela havia encontrado, que era chorar. Entretanto, naquele dia ela soluçava e eu estava ficando preocupada porque odiava ver a minha irmã chorar, e por impulso, eu e Gavi a abraçamos. Aos poucos, ela foi se acalmando, e quando parou de chorar, ela nos olhava com um olhar de culpa.
Ela pediu várias desculpas para nós dois por ter nos assustado e disse que aquilo não ia mais acontecer... E de fato, não aconteceu mesmo mais em nossa frente, até que um dia o Gavi me contou que havia acontecido novamente durante o treino dele. Com o passar dos meses, Maya foi melhorando e nós também tentávamos ajudá-la da forma que podíamos, e as coisas foram se encaixando e em poucas semanas, tudo estava quase igual ao que era no começo da gravidez dela.
Atualmente, olhando aquele cenário catastrófico que se encontrava na nossa casa, eu pensei que ela choraria de novo, mas dessa vez de ódio e raiva, e não teria abraço do "niñito" dela que resolvesse!
Brad estava colocando as coisas no carro, Pedri estava encostado no carro também, Sol e Nick estavam prestes a se matarem, o pobre do Gavi estava com os gêmeos, e Mia e Matteo estavam terminando de verificarem as portas e janelas de casa. O dia já começou estressante porque Mia quase perdeu seu passaporte que, segundo ela, não era culpa dela ter que viajar tanto com o time, e Matteo não estava achando seu carregador e deu um grande show por conta disso, sendo que ele poderia comprar um novo no aeroporto ou qualquer um de nós emprestaríamos à ele.
