"Livro 2 da série Barcelona"
Quatro anos são suficientes para curar uma ferida?
Com certeza para Gavi e Manuela, não!
Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Enquanto as crianças subiam correndo as escadas, aproveitando a ideia de brincar sem supervisão direta, a tensão na sala de jantar aumentava. O silêncio era quase palpável quando Maya e Matteo se entreolharam, sabendo que precisavam abordar o assunto delicado.
— Então, sobre a Mariah... — Maya começou, olhando diretamente para mim. — Não encontramos nada explicitamente suspeito. Parece que ela simplesmente quis voltar para Barcelona. Mas, considerando tudo, é prudente ficarmos atentos ao que ela está fazendo.
Matteo assentiu e acrescentou, também olhando para mim.
— A relação entre Mariah e Iván começou depois que os pais dela se divorciaram. Parece que isso foi um ponto de virada para ela...
— Conversei com o pai da Mariah. — Maya disse, me pegando de surpresa. — Ele me contou que, após todas as atitudes problemáticas dela e a mãe dela considerar aquilo como "birra de adolescente", ele viu que não tinha mais saída para o casamento. Foi então que pediu o divórcio. E aí, a mãe da Mariah começou a se relacionar com o irmão do Iván, por isso Mariah o chama de tio.
Eu estava processando todas essas informações, tentando entender como isso tudo poderia afetar a situação atual. Qual a possibilidade da Mariah "entrar pré família" do ex empresário do Gavi, que aparentemente, também o odeia? Maya se levantou, agachando na minha frente.
— Manu, eu e tio Flávio conversamos sobre o que você deveria fazer, e realmente achamos que você precisa tomar medidas cabíveis para evitar um desastre futuro. Você poderia abrir um processo e pedir uma medida protetiva para você e para Luna. Não podemos deixar nada ao acaso, especialmente com tudo o que sabemos agora.
Pisquei atônita para a minha irmã algumas vezes, sentindo a mão do Gavi sobre as minhas costas.
— Processo do que? — Perguntei baixo. — Não acho que a justiça esteja muito interessada em saber como ela quase me matou quando tínhamos catorze anos. — Murmurei.
Maya suspirou, esticando o braço e pegando o Ipad que estava dentro de sua bolsa. Todo mundo estava em um completo silêncio, e com certeza, aquilo só me deixava ainda mais ansiosa.
— Temos provas de anos atrás. — Maya disse, abrindo o Ipad. — Não foi fácil achar, mas eu e nosso tio trabalhamos nisso com alguns repórteres de confiança. Tudo o que vazou na época, do hospital, do caos, foi divulgado pela Mariah e pela mãe dela. Conseguimos o contato do repórter que nos perturbou na porta do hospital e ele nos contou que foi pago pela mãe dela... Ele está disposto a nos ajudar se for preciso.
Maya me entregou o Ipad e eu senti vontade de chorar. Eu nunca li uma notícia sequer daquela época, eu sempre optei por ficar longe, porque eu não queria voltar para aquele momento. Tudo o que eu sei que saiu na época, é porque ou Matteo ou Nick me contaram.
Minhas mãos começaram a tremer assim que eu abri a primeira página de notícias. Era uma atrás da outra... Fotos minhas no hospital, da minha família no hospital, tinham fotos do Gavi chorando abraçado ao Brad, da Maya e do Matteo brigando com os paparazzis que queriam fotos... Tudo estava ali. Os onze piores dias da minha vida estavam registrados em sites de notícias e fofocas pelo mundo todo.
