"Livro 2 da série Barcelona"
Quatro anos são suficientes para curar uma ferida?
Com certeza para Gavi e Manuela, não!
Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...
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Acordei com uma risada alta e o peso de um pequeno corpo sobre mim. Abri os olhos, ainda meio sonolenta, e encontrei Luna pulando alegremente na cama, fazendo com que o colchão afundasse e balançasse.
— Mamãe, papai, acordem! — Ela dizia, enquanto se divertia com sua própria travessura matinal. Suas bochechas estavam rosadas, e os cachos loiros voavam de um lado para o outro com cada pulo.
Olhei para o lado e vi Gavi tentando, sem muito sucesso, fingir que ainda estava dormindo. Um sorriso travesso dançava em seus lábios, e ele abriu um olho de relance, encontrando o meu. O brilho divertido em seus olhos era inconfundível, e eu sabia que ele estava gostando tanto quanto eu daquela energia contagiante da Luna.
— Acho que a princesa está com pressa hoje, hein? — Ele disse, rindo, enquanto a puxava para um abraço bagunçado.
Luna soltou uma risadinha, tentando escapar das cócegas que ele fazia em sua barriga. A cena era tão doce que por um momento eu me esqueci de qualquer preocupação que pudesse existir. Ali, no nosso pequeno mundo, tudo parecia estar no lugar.
Depois de alguns minutos de brincadeira, Gavi se inclinou para mim e me deu um selinho rápido, suave, que me fez fechar os olhos por um segundo a mais. Senti seu carinho e cuidado naquele gesto simples, e meu coração se aqueceu.
— Vamos descer e deixar a mamãe se arrumar, ¿vale? — Ele disse, pegando Luna no colo.
Ela concordou animada, como se aquela fosse a melhor das ideias. E em um piscar de olhos, os dois desapareceram porta afora, suas vozes enchendo o corredor com risadas e conversas sobre o café da manhã.
Suspirei, ainda sentindo o toque de Gavi nos meus lábios, e me forcei a sair da cama. Olhei ao redor do quarto, que ainda estava uma bagunça com nossas coisas espalhadas pelas malas e pelas prateleiras improvisadas. Era hora de deixar tudo um pouco mais organizado.
Comecei a arrumar o quarto, dobrando as roupas e as colocando nos armários, ajeitando os itens pessoais que tínhamos trazido, tentando fazer com que aquele espaço temporário parecesse mais com um lar. Enquanto dobrava uma das camisetas do Gavi, sorri lembrando de como ele sempre deixava suas roupas espalhadas. Era um detalhe tão simples, mas que fazia parte de quem ele era, e era estranho como eu amava até essas pequenas coisas.
Com o quarto finalmente em ordem, vesti uma roupa leve e confortável, prendendo o cabelo em um coque desarrumado. O sol já iluminava o quarto através das cortinas entreabertas, e eu conseguia ouvir as vozes de todos no andar de baixo. Era uma manhã comum, mas a normalidade dela me fazia sentir um conforto inesperado, mesmo estando em Berlim.
Desci as escadas e encontrei a mesa do café da manhã repleta de vida. Luna já estava sentada ao lado de Alice, tentando decidir qual cereal escolher. Gavi estava ao lado delas, segurando uma xícara de café, enquanto conversava com Nick sobre os jogos da Eurocopa. Mia estava do outro lado da mesa, alimentando os gêmeos, com um sorriso cansado, mas genuíno. Pilar e Sol estavam mais atrás, rindo de alguma piada interna enquanto se serviam de suco.
