"Livro 2 da série Barcelona"
Quatro anos são suficientes para curar uma ferida?
Com certeza para Gavi e Manuela, não!
Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...
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— Ei!
Gritei quando dei de cara no chão, vendo todas as crianças daquela casa me encararem assustadas e preocupadas. Alice foi a primeira a vir até mim, me balançando preocupada.
— Tio Gavi, você machucou?
— Não, princesa.
Levantei do chão e Alice me abraçou pelo pescoço. As crianças ainda me olhavam preocupadas e eu soltei uma risada, assim como ouvi a Maya rindo no andar de cima e fechando a porta logo em seguida.
— Vocês não podem correr assim, viu? Ainda mais na escada, é perigoso e vocês podem se machucar. — Disse sério. — Entenderam?
— Sim, tio Gavi!
Todas disseram juntos e eu sorri satisfeito, sabendo que por um milagre, elas me escutaram, mas no segundo seguinte, já estavam correndo novamente e eu gritei pedindo para que elas parassem de correr, o que não deu nada certo.
Balancei a cabeça vendo a marca vermelha nas palmas das minhas mãos e cotovelos. Se eu achava que a casa da Maya era barulhenta, era porque eu não conhecia a casa do Pedri até então.
Ele tinha muitos primos pequenos, e eles junto com a Alice e Arthur, eram capazes de colocarem fogo no mundo inteiro. Maya havia se dado bem com eles, o que não era uma novidade... Ela parecia a dona de uma creche quando todas as crianças estavam atrás dela.
Eu deveria estar aproveitando mais as minhas férias igual o resto do pessoal, porém, meu empresário não estava deixando que isso acontecesse. Como em toda janela de transferência do futebol europeu, meu nome estava novamente em pauta para sair do Barcelona.
Renovei meu contrato ano passado e eu não entendia ainda o porque disso ainda ser debatido, quando deixei claro várias e várias vezes que eu não pretendia nunca sair do Barcelona, mas, meu empresário não entendia isso.
Sabia que a situação do time era complicada, principalmente na questão financeira, e que correria o risco de não conseguir ser registrado no time principal, mas isso não me incomodava... Não era um problema.
Mas, De La Peña, não entendia isso.
Sai da sala e fui para a área da piscina aonde estavam as crianças para atender a décima quinta ligação dele nos últimos três dias. Respirei fundo, sentando em uma das espreguiçadeiras e atendi.
— Oi, De La Peña, aconteceu alguma coisa?
— É difícil falar com você hein? — Conseguia notar sua voz irritada. — Tenho propostas!
— Já falamos sobre isso...
— Gavira, você não está vendo a oportunidade! Barcelona vai contratar o Gundogan e você não vai mais ter espaço no time.
Respirei fundo novamente, passando a mão pelo rosto.
— Eu não quero ouvir propostas, cara, de verdade. Renovei com o Barça ano passado, não pretendo sair de lá, nem agora e nem depois.
