Quinta-feira, 15 de Fevereiro, 2024
Se eu pudesse, dormiria por uns dez dias seguidos, no mínimo.
Queria saber aonde eu estava com a cabeça quando eu optei por não exercer meu papel de herdeira e querer me formar para eu mesma me bancar. De verdade...
No momento, estou igual a Rochelle de "Todo Mundo Odeia o Chris": eu não preciso disso, meu marido tem dois empregos!
Se eu realmente quisesse, não estaria passando por essa HUMILHAÇÃO em busca de um diploma.
Enquanto minha faculdade de fotografia me da vontade de viver, a de publicidade e propaganda me faz ter vontade de me tacar da primeira ponte que eu vejo, ou até mesmo, das arquibancadas do estádio Olímpico.
Estou vivendo o verso: estou sentindo minhas forças indo embora...
— Manuela! — Sol me cutucou. — Professor está olhando feio. Cola durex na sua pálpebra pro seu olho ficar aberto, pelo amor de Deus.
— Você não tem dormido? — Pilar perguntou.
As vozes das duas me confundiram. Notei o professor realmente encarando para onde estávamos. Dei o meu melhor sorriso, me ajeitando na cadeira e passando a mão pelo meu rosto em uma tentativa falha de acordar ou afastar o sono acumulado que eu estava sentindo.
— Tenho... Mas pouco.
— Porque?
— Já tentou dormir com alguém inquieto igual o Gavi que não para de se mexer? — Olhei para ela. — Agora que ele está com mais mobilidade no joelho, ele tenta ficar se mexendo, mas sabe que não pode, aí é uma luta de madrugada.
Longe de mim culpar o Gavi por conta disso. Eu jamais o culparia. Eu sei como está sendo um inferno pra ele lidar com essa lesão. Nossas conversas antes de dormir são todas relacionadas à ansiedade que ele tem de voltar a jogar. Ele estar assim, não é culpa dele. Foi arrancado dele repentinamente a coisa que ele mais gosta de fazer, que é jogar, é o futebol.
Desde do último mês, Gavi voltou a ir aos jogos do time. Ele fica na arquibancada, se remoendo por querer jogar. Agora que estamos em fevereiro, ele está indo para a outra etapa da sua recuperação. Treinos já começaram a serem feito e exercícios também.
É muito gratificante chegar em casa e vê-lo com um sorriso enorme no rosto, contando como foi o dia no CT e que conseguiu mexer o joelho sem dor nenhuma. Há meses atrás, todo mundo estava preocupado com a possiblidade dele desenvolver uma depressão, mas não surpreendendo ninguém, mais uma vez ele deu a volta por cima, mostrando que de fato, ele é o que a Maya o chama: força inabalável da natureza.
Pablo Gavi é o meu maior orgulho.
— Mas não é bom ele estar mexendo o joelho? — Sol perguntou confusa.
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irrompible || pablo gavi
Romance"Livro 2 da série Barcelona" Quatro anos são suficientes para curar uma ferida? Com certeza para Gavi e Manuela, não! Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...