O pessoal estava reunido na sala jogando cartas, e por mais que eu tentasse me concentrar no jogo, a única coisa que eu conseguia fazer era rir da Sol provocando o Nick que também estava perdendo no baralho.
Se eu e Nick ainda fôssemos próximos e ele não quisesse diariamente me matar, eu falaria para ele parar de graça e show, e se resolver logo com a Sol... Desde menores eles eram assim, e eu e Manu sempre falamos que uma hora ou outra eles acabaria ficando e namorado.
Porém, eles se mudaram e pelo pouco que eu falei com a Sol durante esses anos, dava a entender que a implicância dela com ele, havia deixado de ser por diversão, e passado a ter um motivo... O qual, eu não fazia ideia do que era ou o que poderia ser.
Batia meu pé no chão sem parar enquanto Alice dormia abraçada a mim e eu fazia carinho em seu cabelo. Olhei para o lado e vi a Maya sentada na varanda, com seu notebook.
Peguei a Alice no colo com cuidado e levantei, vendo a Manu rir com o Pedri o Fer. Fechei a porta da varanda devagar, sentando ao lado da Maya que sorriu ao meu ver.
— O que tá fazendo aqui?
— Não queria ser testemunha de um assassinato entre a Sol e o Nick. — Ri, ajeita a Alice no meu colo. — O que está fazendo?
— Planilha do que eu tenho que comprar para a ONG no mês que vem.
— ONG? Você ainda trabalha com isso?
— Claro que sim! — Sorriu. — Eu nunca parei.
— Não sabia... — Murmurei.
Maya sorriu fraco, virando o notebook pra mim.
— Mês que vem, vai ter uma ação social em alguns abrigos de Barcelona. Vamos fazer comida e entregar brinquedos, roupas... Pode ir conosco se quiser.
— Quem vai?
— Todo mundo, como sempre. Você nunca deveria ter parado de ir.
Desde que comecei a morar com a Maya, sempre a vi fazendo parte de ações sociais e ONGs. Ela sempre nos levava junto e foi algo que eu sempre gostei. Sempre ajudávamos a Rosa a fazer as marmitas de comida, e amávamos separar as coisas que não usávamos mais para doar.
A primeira vez que eu fui, me assustei. Eu nunca tinha visto adultos, crianças, idosos e até mesmo bebês, em situações tão precárias como aquela. Tinha doze anos na época, e lembro de ter começado a chorar quando vi um bebê extremamente magro.
Maya na época, me explicou que nem todo mundo tinha condições o suficiente para conseguir ter um prato de comida, e por isso que era importante sempre ajudar. Desde então, não parei de ir em projetos sociais com ela, e mesmo quando nos afastamos, eu continuei ajudando, e sempre ia visitar os abrigos quando Thiago me mandava mensagem dizendo que a Maya não estaria lá.
Maya sempre me ensinou muitas coisas, e se eu sou metade da pessoa que eu sou hoje em dia, é graças a ela. Uma das coisas que serei eternamente grato, é o fato dela ter aberto os meus olhos em relação ao próximo.
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irrompible || pablo gavi
Romance"Livro 2 da série Barcelona" Quatro anos são suficientes para curar uma ferida? Com certeza para Gavi e Manuela, não! Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...