"Livro 2 da série Barcelona"
Quatro anos são suficientes para curar uma ferida?
Com certeza para Gavi e Manuela, não!
Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...
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Algumas Semanas Depois
— Você não precisa ficar tão ansioso assim, cara, vai dar tudo certo.
Olhei receoso para o Brad enquanto ele dava de ombros, ajustando alguma coisa no estúdio em que estávamos. Eu estava quase surtando ficando em casa esperando o horário da reunião com o De La Penã, então, a solução que eu achei, foi vir para a gravadora onde Brad estava.
Ele não se importou de eu ter interrompido uma gravação, mas os cantores, provavelmente sim. Ele apontou para o sofá atrás dele e sentei ali, de braços cruzados ouvindo uma música ser gravada.
Assim que a gravação se encerrou e Brad se despediu dos cantores, assim como eu me desculpei pela interrupção também, ele me encarou querendo que eu dissesse algo, mas... Não tinha o que eu dizer.
Provavelmente, De La Penã estava achando que a reunião que marcamos era para falarmos sobre as propostas que tinham para mim dos times da Europa, e não que era para comunicar que eu estava o despedindo... Nunca fiz isso antes.
Matteo havia me pedido algumas semanas até ele organizar sua agenda. Ele passou duas semanas na Itália e há alguns dias me mandou mensagem dizendo que estava de volta à Barcelona e que estava tudo certo.
Maya também já havia lido o contrato assinado entre mim e De La Penã, e pelo que ela havia dito, não teria problema algum em rescindi-lo, além de eu ter que pagar uma quantidade um pouco alta pela quebra dele.
O mundo é mesmo movido a dinheiro.
Por um lado, eu me sentia mal por estar praticamente o "chutando"... Depois que Ricardo deixou de administrar a minha carreira, foi ele quem me ajudou, mas, as cobranças dele em cima de mim, estavam me cansando, e se tinha uma coisa que eu não poderia estar, era estar cansado.
No meu ponto de vista, não é tão difícil entender que eu não quero sair do Barcelona nem arrastado!
Porém, eu entendia o lado dele, principalmente em relação ao receio de talvez o Barcelona não ter caixa suficiente para me inscrever na La Liga, e era por esse motivo que ele estava me empurrando todas as propostas possíveis que ele havia recebido.
Isso me preocupava, não vou mentir. O número da camisa, não era um problema pra mim e nunca foi. Não me importava se eu jogaria com a 30 ou com a 6, mas sabia que esse impasse entre o time, a La Liga e as contratações, eram prejudiciais ao time... Principalmente, porque haviam mais jogadores que estavam na mesma situação que a minha.
Antes de marcar a reunião com o De La Penã, ele me ligou dizendo que havia falado com o Laporta, que o informou que a minha inscrição na La Liga estava certa, porém, ele não confiava nas palavras do presidente, principalmente por conta da confusão que deu no início do ano.
Sabia que o Barça estava brigando na justiça contra a La Liga por conta da minha inscrição em Janeiro que foi retirada algumas semanas depois.
Além de trabalhar como psicóloga no time, a Maya ainda ajudava quando podia no setor financeiro. Como ela e o Matteo foram os responsáveis por reerguerem a empresa da família após quase entrarem em falência, Laporta pediu para que ela fizesse uma análise das contas bancárias do time e o que poderia ser feito... Aparentemente, o preço do patrocínio que a empresa daria ao clube, teria que ser mais alto do que eles estavam planejando.
