Sábado, 13 de Abril, 2024
Um mês havia se passado desde que adotamos a Luna.
O relógio marcava quase seis da manhã quando eu me virei na cama, sentindo o calor suave da pequena mão de Luna, que se aninhava entre mim e Gavi. Há um mês, eu nunca teria imaginado que acordar tão cedo poderia ser um dos momentos mais tranquilos do meu dia, mas agora, ver aquele rostinho sereno deitada entre nós era como um lembrete constante de como a nossa vida mudou em tão pouco tempo.
No geral, a Luninha não tinha costume de dormir conosco, ela dormia com a Alice e adorava — a pedido da própria para a Maya, pediu para redecorarem algumas coisas no quarto dela, mesmo que um novo quarto para a Luna já estava sendo feito — mas, após a sexta-feira de pizza ontem e ela ter dormido no colo do Gavi, ficamos com dó de acorda-la para coloca-la na cama do quarto da Alice.
Ainda parece ser surreal que isso tudo é verdade, que é real e está acontecendo.
Quando a adoção foi finalmente aprovada, foi como se o mundo tivesse parado por um segundo. Eu me lembro de olhar para Gavi e ver em seus olhos a mesma mistura de alegria e alívio que eu sentia. Nossos corações estavam tão cheios de amor por aquela menininha que, por um instante, todos os medos e inseguranças que eu tinha desapareceram. Mas a realidade bateu à porta rapidamente, como sempre faz.
As primeiras semanas foram um turbilhão. Luna, com seus seis anos, estava se adaptando bem, considerando tudo. Mas para nós, cada dia era um aprendizado. Ela era curiosa, cheia de perguntas, e queria saber sobre tudo — desde o porquê de eu ter tantos livros espalhados pela casa até como funcionavam as sessões de fisioterapia do Gavi. Eu nunca pensei que me pegaria explicando sobre ligamentos cruzados anteriores ou discutindo campanhas publicitárias ao mesmo tempo em que ajudava Luna com as lições de casa. Muitas vezes eu me perdia, e mal sabia o que estava falando, mas dava um jeito.
Nick também me ajudava nisso. Quando ele via que Luna estava no momento "perguntas da Luninha" como nós apelidamos, ela me ajudava. Sendo sincera, ele era bom nisso, ele era um ótimo tio para ela e ela o amava — mas também gostava de dar bronca nele de vez em quando. Nick deixava que ela e a Alice fizessem o que elas bem e quisessem com ele, enquanto ele apenas aceitava sendo o titio babão que ele sempre foi.
Apesar de Luna ocupar grande parte dos meus pensamentos, a vida acadêmica continuava. Ainda me faltavam dois anos e alguns meses para terminar a faculdade de publicidade e propaganda, e as demandas dos professores não diminuíram em nada. A cada semana, parecia que os trabalhos só aumentavam, e eu estava tentando encontrar um equilíbrio. Em um dia normal, meu tempo era dividido entre cuidar de Luna, assistir aulas, fazer trabalhos, e, nos intervalos, garantir que Gavi não estivesse se forçando demais durante a recuperação.
Gavi ainda estava em fisioterapia intensiva por causa da lesão no LCA. Já fazia cinco meses desde a cirurgia, e embora o progresso fosse evidente, Gavi as vezes se frustrava com a lentidão da recuperação. Ele queria voltar para os treinos, para o campo, mas sabia que precisava ser paciente, algo que ele nunca foi muito bom em ser. Eu podia ver a preocupação em seus olhos quando ele pensava que eu não estava prestando atenção. Às vezes, ele falava com o fisioterapeuta sobre como ainda sentia um leve desconforto ao tentar fazer certos movimentos, ou sobre como o joelho parecia mais fraco do que ele gostaria.
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irrompible || pablo gavi
Romance"Livro 2 da série Barcelona" Quatro anos são suficientes para curar uma ferida? Com certeza para Gavi e Manuela, não! Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...