"Livro 2 da série Barcelona"
Quatro anos são suficientes para curar uma ferida?
Com certeza para Gavi e Manuela, não!
Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...
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Segunda-feira, 11 de Dezembro, 2023
— Vamos, Pablo, eu não tenho o dia todo!
Matteo, na maior parte do tempo, estava sendo paciente comigo, o que era algo bem raro, para ser sincero. Mas às vezes, eu tinha vontade de jogar minha muleta nele.
Ele sabia que demorava para eu descer as escadas mesmo com ajuda de alguém. Já deveria estar acostumado com isso, mas não... Ele fazia questão de ficar berrando na sala, esperando que eu pudesse sair correndo.
— Cara, como você é chato! — Murmurei.
— Eu vou ter que concordar. — Nick me entregou minhas muletas. — O moleque não pode correr.
— É só ficar pronto antes para quando eu chegar aqui, eu não ter que esperar. — Guardou seu celular no bolso. — Na verdade, não sei por que tem esse elevador aí se ninguém usa. Vou falar com a Maya para ela resolver isso.
Eu nem lembrava que tinha um elevador ali. Maya e Brad compraram essa casa de um casal de idosos que estava voltando para a Suíça, e como o senhor tinha problemas de mobilidade, haviam instalado um elevador. Quando Maya e Brad reformaram a casa, decidiram deixar o elevador porque daria muito trabalho para tirá-lo.
No geral, não o usávamos muito, mesmo quando éramos pequenos. Preferíamos correr pelas escadas. Quando os gêmeos começaram a andar, Maya e Brad, com medo deles apertarem o botão do elevador, colocaram um aparador bem na frente da porta. Quem olhasse não conseguia enxergar um elevador ali com a bela visão que o vidro permitia que tivéssemos de Barcelona.
— Não precisa pedir para ela resolver o elevador, Matteo. Amanhã vou dormir na sala para não te incomodar. — Respondi irônico.
— Obrigado!
Revirei os olhos e me despedi do Nick. Era de manhã, mas ele entraria só na segunda aula na faculdade, ao contrário da Manu, que já havia ido para a faculdade. Maya já estava no CT, Brad na gravadora, e o Matteo era o responsável por me levar ao CT.
Já tinha ido para lá algumas vezes nos últimos dias, mas hoje começaria a minha recuperação. Estava ansioso e com medo. Os vídeos que o Neymar postou não eram nada agradáveis... Fiquei mais tranquilo quando o Nick disse que ele era assim mesmo, dramático, e que com certeza, estava exagerando.
Espero que o Neymar esteja exagerando mesmo, porque senti dor só de ver os vídeos que ele estava postando.
Matteo foi o caminho todo cantando. Ele estava animado, extremamente animado. Sabia que ele e a Maya estavam se esforçando para conseguirem transferir a Valentina para cá logo, mas mesmo assim, fiquei curioso. Será que ele estava animado só por isso?
— Você canta muito mal, cara. — Murmurei.
— Você também, já te falaram isso? — Me olhou pelo espelho e eu assenti. — O sujo falando do mal lavado.
