Tive que desviar rapidamente para não ser atingido por um tênis da Maya. Ela tinha um olhar que parecia que poderia me matar a qualquer momento, enquanto a Manu pedia para ela ter cuidado.
— Você disse que eu tinha que sair de casa!
— Do sofá! — Ela exclamou. — Não andar por aí.
— É a mesma coisa. — Dei de ombros. — Por favor.
Ela estava fazendo as malas para viajar com o time para Antuérpia, e eu acho que estava testando demais a paciência dela. Acontece que ela não queria deixar eu ir na ONG quinta-feira, mas eu realmente queria.
— Gavi, você não pode se esforçar tanto. Não é porque é imune à dor, segundo o Jordi, que significa que você pode ficar andando por aí.
Dei um sorriso convencido.
— Eu sei que sou imune à dor. — Ela fechou a cara. — Desculpa.
— Maya, e se ele ficar quietinho em um canto sentado? Não vai fazer mal. — Manu disse.
— O problema não é onde ele vai ficar, e sim que todas as crianças vão ficar histéricas por vê-lo. Se alguém pular nele?
— Eu não me importo. Eu amo crianças.
— Eu sei, niñito, mas não estou falando disso... Estou falando que pode te machucar. Você é o ídolo de muitas crianças, e elas podem ficar tão empolgadas que não percebem que podem te machucar.
Encostei no batente da porta emburrado. Eu sabia que ela estava certa, mas eu queria mesmo ir. A última vez que fui com todos eles foi em 2018 e desde então, nunca mais. Eu sentia falta.
— Mas e se falarmos com eles?
— Gavi... — Ela sorriu. — São crianças, amor, elas não entendem direito. A maioria são crianças especiais também.
Manu olhou para mim, vendo minha cara emburrada. Eu estava prestes a chorar se isso significasse que a Maya deixaria.
— Promete pensar? — Manu pediu. — A gente dá um jeito, Maya, sempre demos.
Maya suspirou, passando a mão no rosto e encarando nós dois. Ainda havia uma esperança!
— Eu prometo pensar, okay? Mas por favor, não me perturbem mais com isso. Eu preciso ainda ver o que farei com aqueles pernas de pau que desaprenderam a jogar bola. — Balançou a cabeça. — Olha niñito, todo mundo é dependente de você.
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irrompible || pablo gavi
Romance"Livro 2 da série Barcelona" Quatro anos são suficientes para curar uma ferida? Com certeza para Gavi e Manuela, não! Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...