Queria ficar sentado anotando os nomes das crianças? Não. Mas era aquilo ou a Maya não deixaria que eu fosse.
Assim como todo mundo, eu também estava cansado. Não havíamos dormido à noite, principalmente eu e a Manu. Por mais que eu não pudesse fazer esforço com a perna, as meninas me escravizaram para mexer todas as massas de biscoitos que haviam feito.
Sentia dor nos meus braços. Devo ter mexido umas dez tigelas de massa de biscoitos natalinos, e depois, ainda me arrisquei a decorar alguns, o que claramente não deu certo. Eu até tentei fazer um escudo do Barça com o resto das massas que sobraram, mas não deu certo, ficou horrível.
Eu e a Manu acordamos com a gritaria toda do pessoal. Maya chegou pela madrugada, e agora, ouvíamos perfeitamente o bate-boca dela e do Matteo. Brad saiu da cozinha balançando a cabeça, ajudando-me a subir. Como o Matteo havia dito, o ressonante dele fez com que a Maya resolvesse a questão do elevador. Por um lado, eu não queria incomodar, mas não podia negar que com o elevador funcionando, facilitou muito para mim. Agora, eu podia subir e descer sozinho sem precisar de ajuda e nem correr riscos na escada.
Todo mundo já estava pronto quando desci novamente. Fui com a Maya e as mil e uma caixas de doces que as meninas haviam feito.
— Que horas é o jantar mesmo?
— Umas nove, não é? — Me olhou, e eu dei de ombros. — Como não sabe?
— Eu não estou indo lá.
— Mas está no grupo.
— Você também.
Maya semicerrou os olhos para mim, fazendo-me rir. Ela odiava quando rebatiam ela, tirando sua razão — era difícil de isso acontecer.
— Eu vou ver com a Mia depois então, porque eu realmente não lembro. — Maya balançou a cabeça rindo.
— Onde eu vou ficar mesmo?
— Sentadinho, com a perna esticada, anotando os nomes das crianças.
Revirei os olhos discretamente. Pensei que talvez ela pudesse ter mudado de ideia, mas pelo visto, não. Assim que chegamos na rua da ONG, já era possível ver diversas crianças e uma fila se formando. Maya me ajudou a descer do carro, e me assustei quando diversas crianças começaram a gritar meu nome.
— Vai se acostumando. — Ela piscou.
— São crianças, e eu amo crianças.
O pessoal começou a tirar as coisas do carro e levar para a cozinha. Eu estava com a Maya, acenando para as crianças antes de entrar, me deparando com a Manu, Nick, Sol e Pilar desesperados na cozinha. Eles tentaram disfarçar quando entramos, mas a Maya percebeu que tinha algo de errado.
— O que foi? — Perguntou confusa.
Sol arregalou os olhos, dando um grito e pulando de felicidade.
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irrompible || pablo gavi
Romance"Livro 2 da série Barcelona" Quatro anos são suficientes para curar uma ferida? Com certeza para Gavi e Manuela, não! Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...