"Livro 2 da série Barcelona"
Quatro anos são suficientes para curar uma ferida?
Com certeza para Gavi e Manuela, não!
Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...
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— Já estou indo, porra!
Gritei assim que ouvi a campainha ser tocada diversas vezes. As únicas pessoas que tinham essa mania eram Pedri e Matteo, mas como Matteo não estava em Barcelona, só sobrou o Pedri.
Às vezes, parece que eles esquecem que eu estou com o joelho fodido e não posso sair correndo para atender a porta.
Abri a porta e Pedri me olhou de cima a baixo, o que fez com que eu revirasse os olhos. Estava frio e o vento estava bem gelado, e o idiota não entrava. Tive que empurrá-lo pra dentro com a minha muleta, enquanto o Olls pulava nele. Um verdadeiro traidor!
— Por que está aqui tão cedo? — Perguntei. — Saudades minha?
Ele tinha me mandando mensagem perguntando se eu estava em casa, mas não imaginei que ele viria tão cedo.
— Com certeza. — Disse irônico. — Preciso da sua ajuda.
— Não é porque eu estou lesionado e não posso fazer nada que significa que eu possa resolver problemas alheios.
— Que problemas está resolvendo?
Ultimamente podia listar todos por ordem alfabética e por ordem de seriedade. Com certeza, o tópico Luna e a sua adoção estariam no top1. Acho que a Maya não aguenta mais eu todo dia enchendo o saco dela... De qualquer forma, ela ainda não me xingou, o que é bom.
Em pelo menos algo essa merda de lesão ajudou. Se eu estivesse bem, certeza que a Maya já teria xingado umas dez gerações minhas.
— É difícil o meu trabalho de cupido com a Manu, tá? Nick é muito orgulhoso, e a merda que ele fez é muito mais embaixo do que eu pensava, fora as cagadas dele acumuladas nos últimos meses.
— A Maya sabe? — Perguntou rindo.
— Pra manter ele vivo, prometi que não ia contar. A Maya não ia deixar ele sair ileso dessa. — Dei de ombros. — Do que precisa? Qual dos meus serviços?
Pedri me olhava como se eu pudesse ler a mente dele e não fosse necessário ele me dizer o que queria. O encarei, movimentando as mãos pedindo para que ele falasse logo.
— Eu... — Limpou a minha garganta. — Quero pedir a Mia em casamento.
Arregalei os olhos surpresos. Sorri e me aproximei dele, abraçando-o enquanto dava alguns tapinhas em suas costas. Eu vejo isso como um milagre! Eu e a Manu estamos prestes a adotar a Luna, enquanto o Pedri há meses namorando com a Mia e prestes a ser pai, demorou anos pra pedir a coitada em casamento.
Maya não errou quando disse que eu e a Manu éramos apressados de qualquer forma... Mas, melhor sermos apressados do que lerdos igual ao Pedri.
— Até que enfim, porra, pensei que não ia pedir nunca. — Voltei para meu lugar.
