Voltei a odiar segundas-feiras novamente. É impossível você ser estudante e gostar de segunda-feira... É completamente fora de cogitação uma coisa dessas!
Eu estava morta, cansada, dolorida, morrida com farofa... Eu só queria dormir o dia inteiro, mas, eu tinha que ser alguém na vida. Não queria exercer nem tão cedo o meu papel de herdeira e nem depender da Maya pelo resto da vida. Tudo bem que eu não gastava igual uma maluca como o Nick, mas mesmo assim, preferia evitar.
Assim que eu levantei e me olhei no espelho, eu mesma me assustei. Minha cara estava toda amassada — reflexo do meu choro de ontem conversando com o Gavi — e meu cabelo parecia que tinha um ninho de passarinho ali. Amo ser loira.
Ainda tinha alguns minutos, então, considerando que aquele nó só iria sair com água, resolvi lavar meu cabelo. Não daria tempo de secar, mas era melhor ir com ele molhado do que todo embolado. Eu sabia que dormir com o cabelo molhado ontem a noite não ia dar certo.
Quando a Maya me perguntar por que estou usando tanto shampoo, terei que falar que é uma miragem dela.
— Aí, Gavi, merda. — Me assustei. — Está parecendo um zumbi.
Ele havia aberto o boxe e colocado metade do corpo para dentro dele. O chuveiro batia bem aonde ele havia aberto, e eu já estava vendo o chão começar a molhar.
— Fecha esse boxe, está molhando. — Apontei.
— Posso entrar? — Perguntou com os olhos brilhando.
— Não! Estou atrasada.
— Por favor... — Fez um beicinho.
Respirei fundo e me aproximei dele, lhe dando um selinho e o empurrando para fora, fechando o boxe em seguida.
— Não me leve a mal, Gavirazinho, mas eu estou sem tempo.
— Eu vou lembrar disso, Manuela. — Disse alto para que eu ouvisse. — Quando você quiser, vou te negar, e quando quiser gozar, não vou deixar.
Eu soltei uma gargalhada alta, fechando o chuveiro. Me enrolei na toalha e saí do banho, o encontrando no meu quarto arrumando a minha cama. Ele havia se mudado para o meu quarto praticamente, só usava o dele pra se arrumar.
— Vai ficar emburradinho? — O abracei por trás.
— Vou.
Fiquei na ponta dos meus pés, lhe dando um beijo no pescoço. Seus pelos se arrepiaram e ele soltou uma risadinha, se virando e me abraçando pela cintura. Ele levou as mãos até o meu rosto, me dando vários selinhos.
— Olha, eu ouvi algo enquanto eu passava pelo corredor sobre negar e não deixar gozar. Eu não queria mesmo interromper, mas a Maya está lá embaixo possessa perguntando porque vocês dois ainda não desceram.
Nós dois olhamos para a porta assustados, e demos de cara com o Brad. Ele tinha o rosto virado para fora do quarto e segurava a porta entreaberta.
— Ela vai me matar. — Murmurei.
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irrompible || pablo gavi
Romance"Livro 2 da série Barcelona" Quatro anos são suficientes para curar uma ferida? Com certeza para Gavi e Manuela, não! Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...