Sábado, 28 de Outubro, 2023
Se eu dormi direito? Não... Para ser sincero, isso é algo que vem me incomodando bastante. Há noites em que eu durmo bem e outras não. Insônia? Talvez, mas o motivo hoje era outro.
Acordei cedo. Acho que todo mundo em casa ainda dormia. Saí devagar da cama para não acordar a Manu e desci fazendo o mínimo barulho possível, mas, mostrando que eu estava errado, lá estava o Brad na cozinha.
— Bom dia, Gavira.
— Bom dia! — O abracei de lado. — Levantou cedo.
— Pensei em ir correr. Faz tempo que eu não faço isso.
— Posso ir junto?
Brad me encarou enquanto tomava seu café. Ele deu de ombros e assentiu.
— E você pode antes de um jogo?
— Nunca disseram nada do tipo. — Levantei minha mão em sinal de redenção.
— Então vai se arrumar. Qualquer coisa, não foi ideia minha.
Assenti e balancei a cabeça rindo. Peguei uma maçã na fruteira e subi as escadas indo para o meu quarto. Coloquei uma roupa de corrida da Nike e desci. Brad já me esperava na porta com duas garrafinhas de água, me entregando uma.
Gostava de correr com o Brad. A gente sempre conversava e me ajudava a me acalmar. Sempre fazíamos isso quando eu era menor. Acho que foi uma forma que ele achou de evitar que eu socasse alguém em campo.
— Tá nervoso? — Brad me encarou quando paramos em uma pracinha.
— Não. Quer dizer, é um clássico, sempre fico um pouco nervoso, mas não muito. — Dei de ombros.
— Maya estava preocupada com você ontem.
Frunzi o cenho, bebendo minha água.
— Porque?
— Ela disse que você estava muito estranho na hora da pizza. Não estava falando nada...
— Ah sim. — Concordei, rindo. — Só estava pensando um pouco.
— Pensando demais, né?
— É... Talvez seja.
Pensei em perguntar para o Brad do Rodrygo, mas não tinha certeza se ele sabia. Toda a família fala muito pouco do tempo que eles passaram no Brasil. Sei que eles se mudaram para cá em 2006, e depois, eram raras as vezes que eles foram para lá.
Eu e Brad voltamos a correr pelo bairro. Como era um bairro residencial, eu não tinha problema com fãs ali. A maioria já me conhecia desde pequeno e eu gostava deles, eram pessoas legais e gentis. Uma das vizinhas da Maya e Brad sempre que fazia biscoitos ou coisas do tipo levava para nós.
Fizemos alguns alongamentos quando chegamos em casa. Eu teria que almoçar no CT com o time para irmos direto ao estádio. Quando entramos, todos já estavam acordados e Maya olhou confusa para nós quando viu que estávamos suados.
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irrompible || pablo gavi
Romance"Livro 2 da série Barcelona" Quatro anos são suficientes para curar uma ferida? Com certeza para Gavi e Manuela, não! Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...