Sempre tentei mentir para mim mesmo que eu não era impulsivo, mas a verdade, era que eu era, e não era somente dentro do campo... Observando minha vida em geral, sempre fui uma pessoa impulsiva.
Maya sempre me disse que a minha "impulsividade" não era algo ruim se eu soubesse usá-la ao meu favor, uma vez que, tudo que é em excesso, faz mal.
Sendo sincero, ao meu ver, depois que aceitei que sim, de fato eu era impulsivo, aprendi a controlar isso. Em campo, as vezes era muito difícil, mas eu fazia o meu melhor... E muitas vezes eu conseguia.
Além de ser impulsivo, também era muito competitivo... Competitivo ao extremo no nível de ter mandando um pai de um colega de sala para o hospital em uma gincana do dia dos pais.
Brad aquele dia, não soube nem o que falar para mim. Era ele quem ia nos dias dos pais da escola, representando o meu pai e o pai dos gêmeos e Matteo. Maya fazia a mesma coisa no dia das mães também.
Era uma gincana de futebol e o nosso time estava perdendo. A maioria ali estava brincando por diversão, e eu também deveria estar brincando por diversão, mas eu não aceitava estar perdendo... Então, dei um carrinho no pai do meu amigo, que caiu de costas e teve uma luxação no cóccix.
Claro que a minha intenção não era machucar o cara, mas sim ganhar o jogo... E no final, quando o cara já estava no hospital, ganhamos o jogo.
Ouvi da Maya aquele dia poucas e boas! Acho que foi o dia em que ela mais brigou comigo, e levando em consideração que ela não era de dar bronca, foi uma bronca nível colossal. Ela fez eu ir no hospital pedir desculpa para ele, que surpreendentemente, me elogiou e disse que teria muito sucesso no futebol.
Obviamente, não surtiu o resultado que a Maya queria, que era: fazer eu parar de tentar matar qualquer um em campo.
E voltando ao tópico da minha impulsividade, eu também fazia muitas coisas sem pensar, como por exemplo, o maior erro da minha em 2019 ao não escutar a Manu.
Recentemente, eu fiz isso novamente, mas não era em relação a Manu, mas sim a mim mesmo. O fato de não estar jogando por conta das minhas dores, estava me fazendo surtar. Eu sabia que nessa temporada, não teria titular fixo e que Xavi iria fazer rotação no elenco, e mesmo sabendo que eu iria jogar de qualquer forma, eu queria ser sempre a primeira opção dele.
Tentando resolver isso por minha conta própria, fui até a farmácia perto do hotel em que estávamos em Dallas e comprei alguns remédios que segundo o Google, ajudava para as dores nas costas.
A questão era que eu não sabia para o que eles serviam, tampouco quais eram seus efeitos colaterais... Eu só precisava de algo para fazer minhas dores sumirem, e de fato, ajudou.
Porém, eu não percebi que estava tomando mais do que devia e mais dias do que o farmacêutico da farmácia havia me recomendado... Ninguém sabia que eu estava tomando remédios, e pretendia que continuasse assim.
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irrompible || pablo gavi
Romance"Livro 2 da série Barcelona" Quatro anos são suficientes para curar uma ferida? Com certeza para Gavi e Manuela, não! Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...