"Livro 2 da série Barcelona"
Quatro anos são suficientes para curar uma ferida?
Com certeza para Gavi e Manuela, não!
Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...
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Sexta-feira, 09 de Fevereiro, 2024
— Então eu finalmente vou poder ir no estádio?
Jordi me olhou com uma cara engraçada, assentindo. Desci da maca e praticamente pulei em cima dele, o abraçando. Ele cambaleou para trás, e quando me afastei, ele me olhava feio.
— Gavira, seu joelho está operado. Se esquece disso sempre?
— Eu não sinto dor e você disse que isso é bom. — Bebi um pouco de água da minha garrafinha. — Quando eu vou poder voltar?
— Estou proibido pela Maya de te dizer qualquer prazo, até porque, não há prazos. — Disse sério. — Foque na sua recuperação, sem pressa. Se aprontar e chegar aqui na segunda-feira com o joelho inchado, você só vai pisar em um estádio de novo quando for para voltar.
Ele estava falando sério, e considerando que o Jordi era uma pessoa bastante brincalhona, resolvi ficar quieto e não perguntar mais nada de prazos ou coisa do tipo. E não podia me esquecer do evento dos remédios na pré-temporada... Pensei que ele ia me matar com a Maya.
Sendo sincero, eu não sei como a Maya não me matou ali mesmo. Depois daquilo, nós nunca mais conversamos e eu não tive a oportunidade de perguntar para ela sobre a questão dela com os remédios e dores de cabeça. Constatei que, se ela não contou para mim antes, é porque ela não queria que ninguém soubesse, e provavelmente, somente o Brad e Matteo sabiam, além de mim agora...
— Já sabe, qualquer desconforto...
— Qualquer coisa é só eu te ligar que você surge na casa da Maya na hora. — Disse rindo. — Eu já sei, cara, você está falando isso desde que eu operei. — Revirei os olhos divertido. — E parece que você esquece que eu moro com a Maya e o Brad, né?
— Esqueci que você precisa de supervisão, bebezinho. — Apertou minha bochecha. — Te vejo segunda quando a mamãe te trazer com a sua bolsinha.
— Vai se foder!
Afastei a mão dele de perto do meu rosto enquanto nós dois ríamos. Peguei minhas coisas e resolvi passar no campo de treinamento, onde ainda estava tendo treino.
— Maya, por um acaso, você está enraizada aqui?
Me apoiei no corrimão da arquibancada, ao lado da aonde a Maya estava sentada. Ela retirou os óculos de sol e me olhou com os olhos quase fechando e um sorriso no rosto.
— É quase isso, niñito. Sua fisio já acabou?
— Agora. — Me sentei ao lado dela. — Avaliando o treino?
— Tentando achar uma resposta, isso sim. — Murmurou, cruzando os braços. — Era mais fácil ter as respostas quando você estava em campo, consigo te ler melhor.
— Me ler melhor? — A encarei. — Eu era a solução, então?
— Não vou inflar mais o seu ego, amore. — Me olhou com uma careta. — O que estou querendo dizer, é que de todos vocês, você é o que eu mais conheço e consigo ler melhor. Eu conseguia perceber o que estava de errado quando via você nos treinos. Depois de você, é o Pedri, mas o Pedri é neutro e não me ajuda muito nesse quesito. Consigo ler um pouco dos demais, mas não é o suficiente... Eu sei que há algo errado, todo mundo sabe, só não sei o que é.
