Capítulo vinte e um.

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Chapter Twenty-One
Não vou vestir seu moletom

{Carro, Caminho para Seattle}

Victor estava dirigindo, não por escolha, mas por ordem de Bárbara. O carro estava imerso em um silêncio pesado, com Babi apoiando a cabeça na janela, observando a paisagem passar.

— Legal, onde a gente começa? — Bárbara tentou quebrar o gelo, olhando para Victor.

— Vamos interrogar o dono da festa de hoje à noite.

— E como isso exatamente vai ajudar? — Babi virou um pouco a cabeça para encarar Victor.

— Pelo que eu entendi, ele é dono de quase todas as festas na cidade. Então, ele provavelmente sabe algo sobre a agente Cooper.

— Faz sentido. — Bárbara deu um pequeno sorriso, começando a se interessar.

— Como a gente vai entrar na festa? — Babi relaxou no banco, tentando esconder seu desinteresse com uma expressão entediada.

— Precisamos de um broche dourado. — Victor respondeu, com um tom que misturava frustração e resignação.

— Que ridículo, estamos em um filme?! — Babi desdenhou, levantando uma sobrancelha. — E onde a gente consegue isso?

— Eu preciso acessar o sistema do prédio primeiro e depois eu descubro. — Victor respondeu, a tensão na voz visível.

Bárbara virou o corpo na direção de Victor, fixando-o com o olhar. O efeito do olhar intenso dela era quase palpável. Victor sentiu o rosto esquentar, um calor que não tinha nada a ver com a temperatura do carro.

— O que foi? — Victor tentou esconder a timidez, sentindo seu rosto corar sob o olhar dela.

— Nada, não falei nada. — Babi respondeu, desviando os olhos para as próprias mãos.

Victor se viu em uma situação desconfortável. O olhar dela parecia penetrante, quase desafiador. Ele tentou focar na estrada, mas a sensação de ser observado estava tornando-se insuportável. Cada vez que ele desviava os olhos para Babi, ela estava lá, olhando-o com uma intensidade que fazia seu coração acelerar e seu rosto ficar mais quente.

— Abre a janela. — Victor pediu, tentando mudar de assunto e se distrair da tensão crescente.

— Está frio. — Bárbara respondeu, cruzando os braços e mantendo a janela fechada.

— Já vai começar a implicar? — Victor perguntou, sua voz soando mais dura do que pretendia.

— Não estou implicando. Estou com frio! — Babi insistiu, olhando para o lado.

— Está falando sério? — Victor perguntou, franzindo a testa.

— É outono, Victor!

— Tá bom, Bárbara. — Victor ligou o ar condicionado do carro, frustrado.

— Está 20°C lá fora! — Babi argumentou.

— Eu estou com calor. — Victor respondeu, claramente irritado com a situação e tentando ignorar a sensação de calor que não tinha nada a ver com a temperatura do carro.

— E eu estou com frio! Desliga o ar! — Babi pediu, elevando a voz.

— Eu estou dirigindo, então eu decido. — Victor replicou, tentando manter a calma enquanto sua mente estava ocupada demais com a sensação de desconforto.

— Você é chato pra caralho. — Bárbara disparou, com um tom de desdém.

Bárbara, para irritar ainda mais, desligou o ar condicionado e cruzou os braços, adotando um ar debochado. Victor, agora mais consciente do calor, murmurou para si mesmo.

— Garota, qual é o seu problema? — Victor perguntou, balançando a cabeça, incapaz de manter a frieza diante da sensação de calor.

— Você é meu problema!

— Deixa o ar ligado. — Victor pediu, ligando o ar novamente, sua voz carregada de frustração.

— Está frio! — Bárbara insistiu, com indignação.

O sinal ficou vermelho, e Victor parou o carro. Ele se inclinou no banco e jogou seu moletom preto no colo de Babi. O gesto foi tanto uma tentativa de resolver o problema do frio quanto um esforço para escapar da tensão que sentia.

— Veste isso e para de encher o saco. Deixa o ar ligado. — Victor ordenou, sua voz firme apesar do desconforto.

— Eu não vou vestir seu moletom. — Bárbara respondeu, achando a ideia ridícula.

— Ou você veste e para de reclamar, ou fica com frio. Você escolhe. — Victor disse, impaciente e lutando para manter sua compostura.

Bárbara bufou, mas não gritou. Pegou o moletom e o vestiu, enquanto Victor, aliviado por finalmente ter resolvido a questão do clima e distraído do olhar dela, voltou a dirigir. O restante do caminho se seguiu em um silêncio carregado, enquanto ambos tentavam ignorar a tensão que pairava no ar.

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