Capítulo cento e oitenta e dois.

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Chapter one hundred and eighty-two
De novo não

O maior se aproximou, e eu não hesitei. Com um soco firme no rosto, seguido de um chute em seu estômago, o derrubei. Antes que ele pudesse reagir, o segundo homem tentou me atacar. Desviei agilmente, aplicando um chute no seu joelho, o que o fez recuar cambaleando.

O maior se levantou furioso, seus olhos queimando de raiva, e avançou rapidamente, conseguindo me acertar na coxa direita com força. A dor irradiou, mas não deixei transparecer. Ele aproveitou a oportunidade para desferir um golpe em minha bochecha, que fez minha cabeça girar momentaneamente. Soltei um grunhido de dor e, com um movimento rápido, apliquei uma cotovelada certeira em seu rosto, ouvindo o som satisfatório de ossos se chocando.

Recuperei o equilíbrio e foquei no menor, que tentava se recompor. Chutei o queixo dele com força, fazendo sua cabeça bater contra a parede. O maior, se aproveitando da minha distração momentânea, me agarrou pelo quadril, tentando me imobilizar. Senti sua força pressionando meu corpo contra o chão. Mas usei o impulso para girar, com toda a força das minhas pernas, acertei um chute no estômago do homem que estava à minha frente. O impacto foi tão forte que ele cuspiu sangue antes de desabar no chão, gemendo de dor.

O impulso do chute fez com que o maior perdesse o equilíbrio, me soltando. Aproveitei a brecha para me jogar no chão, rolando para fora do alcance do próximo golpe. De imediato, dei uma rasteira, derrubando-o pesadamente. Ele tentou se levantar, mas eu fui mais rápida. Com um salto, me coloquei sobre ele e segurei seus braços, forçando-os contra o chão. Apertei seu pulso com toda a minha força, sentindo a resistência dele diminuir até que ele finalmente desmaiou, o rosto marcado pela dor.

Soltei um suspiro irritado, passando as mãos pelos cabelos enquanto tentava acalmar minha respiração acelerada. Com a adrenalina diminuindo, a dor em minha coxa começou a se intensificar. Um gemido involuntário escapou dos meus lábios quando tentei mover a perna. Mandei mensagem pro Victor avisando pra ele vir ao meu encontro.

Comecei a andar em círculos, impaciente e alerta. Alguns minutos depois, Victor entrou na sala, seus olhos avaliando rapidamente a cena caótica ao redor. Cruzei os braços, observando sua expressão que oscilava entre surpresa e diversão.

— Parece que passou um furacão aqui. — Ele comentou, com um sorriso discreto.

— Foi só uma briga leve. — Dei de ombros, tentando minimizar a situação.

Victor se aproximou, seus olhos pousando na minha bochecha machucada. Ele estendeu a mão, tocando levemente a pele inchada.

— Seu rosto tá inchado. — Ele murmurou, a preocupação evidente em sua voz.

— Aí! — Reclamei, recuando com a dor. — Como eu disse, foi apenas uma briga leve.

— Aham. — Victor debochou, não convencido. — Isso é o que? — Ele se aproximou da arma que estava sobre a mesa de vidro, mas eu rapidamente segurei sua mão, impedindo-o.

— Não toca! — O repreendi, mantendo um tom firme.

— Aí, cacete! — Ele recuou, sacudindo a mão como se tivesse sido queimado. — Eu pensei que "baixinha da mão pesada" era só uma expressão.

— Eu não sou baixinha, garoto.

— Vai me dizer por que eu não posso tocar na arma?

— Não chama isso de arma. Essa aqui é uma G40. Um amorzinho. — Respondi, com um sorriso de canto.

— Claro, claro. — Victor retrucou, sarcástico.

— Ouvi eles dizendo que a Ariel esqueceu essa arma aqui. Ou seja, tem as digitais dela. Sabe o que isso significa? Que se nós coletarmos as digitais e botarmos no banco de dados do FBI, a gente descobre quem é a Ariel.

— Ah.

— Agora leva a arma pro carro. Sem tirar as digitais dela, pelo amor de Deus.

— Tá, bom, Sevilla. Relaxa. — Victor deu um sorriso convencido, cruzando os braços. — A gente não vai pra casa agora?Revirei os olhos, considerando a situação por um momento.

— Vamos procurar mais alguma coisa. Ou quem sabe beber um pouco.

— De novo não. — Victor sussurrou para si mesmo, lembrando-se da última vez que eu sugeri "beber um pouco". — E se esses aqui acordarem e fomos pegos?

— Para de agir como se não fosse da polícia. — Respondi e Victor revirou os olhos. — Eu tranco eles aqui.

case thirty nineOnde histórias criam vida. Descubra agora