Capítulo cento e cinquenta e cinco.

795 51 2
                                    

Chapter one hundred and fifty-five
E o que você quer fazer? ★
{Tacoma, Washington}
<Gabriel Di Laurentis narrando>

O dia parecia começar como qualquer outro na minha folga, mas a surpresa veio em forma de uma mensagem inesperada de Carolina. Ela perguntou se podia passar na minha casa, e apesar de um certo estranhamento, eu não pude evitar a animação. Dez minutos depois, ela estava aqui, sentada ao meu lado enquanto eu jogava videogame.

— Então você joga nas suas horas vagas? — Carol disse com desdém, uma sobrancelha arqueada, o que me fez rir.

— E o meu passatempo favorito — respondi, sem tirar os olhos da tela, mas sentindo o peso do seu olhar.

— Eu esperava algo mais como... "Eu vejo leilões de diamantes online e depois vou na rua chutar pobres, porque eu posso."

— Você cismou que eu chuto pobres na rua, né? — Falei, me virando para ela com um sorriso. Era impossível não rir da sua lógica distorcida.

— Pra mim é o que todos os mauricinhos fazem. — Ela devolveu, também rindo levemente. — Aliás, "Mauricinho" é um bom apelido pra você.

— Oh, princesa, os mauricinhos de Tacoma são um pouco diferentes. Eles fumam maconha e arranjam brigas no trânsito. — Desafiei, tentando esconder o quanto aquelas palavras me divertiam.

— Então você é igual? — Ela perguntou, inclinando a cabeça para o lado, como se estivesse avaliando a minha resposta.

— Sou. Inclusive, nem sou policial. É tudo um disfarce, porque eu posso. — Brinquei, e ela revirou os olhos, mas sem conseguir conter um sorriso enquanto apoiava o queixo no meu ombro.

— Pra mim, policiais eram babacas. — Comentou, sua voz mais suave, quase como um sussurro que me fez sentir sua respiração quente contra meu rosto. Era quase impossível manter a concentração no jogo com ela tão perto assim.

— Você é policial. — Rebati, sentindo meu coração acelerar com a proximidade.

— Sim, eu sou polícia federal. E você, detetive. Você sabe a diferença. — Ela respondeu, com uma pitada de ironia.

— Ah, claro, a polícia internacional. E o que mais? — Debochei, tentando esconder o quanto ela estava me distraindo.

— A polícia internacional é imprestável. — Ela disse, com um leve sorriso que me fez rir. No fundo eu até concordava.

Voltei a focar no jogo, mas a cada segundo que passava, sentia o calor do corpo dela se infiltrando no meu, me causando arrepios que dificultavam a concentração. Eu precisava beijá-la. Aquela loira estava me desarmando de todas as maneiras possíveis.

— Você tá morrendo, mauricinho. — Carol avisou com um sorriso malicioso, e eu me forcei a me concentrar, embora a proximidade dela tornasse isso quase impossível.

— Tudo bem, foi só um devaneio. O que você disse que vinha fazer mesmo? — Perguntei, tentando voltar à conversa enquanto ela balançava a cabeça.

— Queria te ver. — Ela respondeu, e eu não pude evitar um sorriso satisfeito.

— Pra quem me odiava...

— Eu não te odiava. Só achava você meio arrogante e esnobe. Mas isso não importa agora. — Ela bufou, cruzando os braços, claramente irritada com a lembrança.

Parei o jogo, dedicando minha total atenção a ela. Eu não ia mais conseguir me concentrar nem se eu quisesse. Carol me olhou por um instante, e um sorriso ínfimo se formou nos seus lábios, o que só me fez querer mais.

— E o que você quer fazer? — Perguntei, minha voz mais baixa, carregada de uma expectativa que eu não conseguia esconder.

— Você que sabe. — Ela respondeu, com um olhar desafiador, antes de avançar para me beijar.

Eu sorri e correspondi, sentindo a suavidade dos lábios dela contra os meus. O beijo começou tímido, mas rapidamente se transformou em algo mais intenso, mais urgente. Puxei Carolina para mais perto, minha mão deslizando pela sua coxa enquanto ela deixava uma trilha de calor pelo meu abdômen.

Quando senti suas mãos na bainha da minha camiseta, puxando-a para cima, meu corpo inteiro pareceu reagir. O desejo que eu vinha reprimindo até aquele momento explodiu dentro de mim, e tudo que eu queria era estar mais perto dela, sentir mais dela.

Levantamos, ainda presos no beijo, e eu a guiei até o meu quarto, trancando a porta atrás de nós. Cada toque, cada suspiro intensificando o desejo que compartilhávamos. Ali, naquele espaço fechado, nada mais importava além de nós dois.

case thirty nineOnde histórias criam vida. Descubra agora