Capítulo cento e sessenta e sete.

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Chapter one hundred and sixty-seven
Precisamos falar sobre a Madelaine ★
{Seattle, Washington}
<Narrador on>

Eliza havia organizado uma noite das meninas na casa dela, e ninguém sabia exatamente o porquê, mas todas estavam lá, cada uma com seus próprios motivos. O ambiente estava descontraído, mas uma tensão sutil pairava no ar, como se todas sentissem que algo mais estava acontecendo.

Ana Clara, Mary Anne, Isis Jully, Eliza e Bárbara — que usava o codinome de infiltrada Amy — estavam espalhadas pela casa. Mary e Isis brincavam de pedra, papel e tesoura com risadas ocasionais, enquanto Ana "ajudava" Eliza na cozinha, embora fosse mais um obstáculo do que uma ajudante real. Bárbara observava tudo com uma expressão de desinteresse, claramente alheia ao clima de diversão. Ela preferia estar em qualquer outro lugar, mas havia decidido que encarar a situação ali era melhor do que enfrentar Victor logo após a discussão que ainda estava fresca em sua mente.

— Cadê a Mads? — Babi perguntou, interrompendo os pensamentos dispersos de todos.

Ana Clara resmungou, um sinal claro de que o assunto a incomodava.

— Não sei e nem quero saber. — Respondeu Ana, visivelmente irritada, o que levou Eliza a bater suavemente em seu braço, como uma forma de repreensão silenciosa.

— Eu fui até lá e ela disse, "eu já vou, só preciso fazer uma coisa antes". — Eliza explicou, mas o tom de sua voz não conseguiu dissipar a desconfiança que pairava no ar. Todas se entreolharam, cada uma com uma expressão de ceticismo, mas ninguém ousou dizer mais nada naquele momento.

Bárbara, sempre atenta aos detalhes, notou a tensão que crescia entre as outras mulheres. Mesmo que estivesse tentando se manter distante, não conseguiu evitar que sua mente começasse a trabalhar. "O que exatamente a Madelaine poderia estar fazendo?" — pensou, sua expressão se tornando mais séria. Ela já considerava Mads suspeita o suficiente, e essa ausência não ajudava em nada a melhorar sua opinião.

A tensão na sala parecia quase palpável. Mesmo com as tentativas de Eliza de manter o clima leve, as três mulheres—Ana, Mary, e Isis—não conseguiam afastar o sentimento de desconfiança que vinha crescendo em relação a Madelaine. Elas estavam cientes de que, embora estivessem ali para uma noite descontraída, algo muito maior poderia estar acontecendo nas sombras.

Depois de mais alguns minutos de conversa superficial, Ana decidiu que era hora de falar com as outras duas longe dos ouvidos curiosos de Eliza e Bárbara. Ela se aproximou de Mary e Isis, fazendo um sinal discreto para que a seguissem até a cozinha. As três saíram da sala, deixando para trás a risada falsa de Eliza e o olhar inquisitivo de Bárbara.

— Precisamos falar sobre a Madelaine. — Ana começou, assim que estavam a uma distância segura. Sua voz era baixa, mas firme, carregada de preocupação.

Isis foi a primeira a responder, cruzando os braços enquanto falava:

— Estou nessa também. Não posso fingir que não estou notando as coisas estranhas que ela anda fazendo. Mads sempre foi reservada, mas ultimamente... Está diferente. Mais esquiva, mais misteriosa. Eu e a Mary já avisamos.

Mary, que costumava ser mais otimista, dessa vez não pôde esconder sua apreensão:

— Vocês acham que ela está envolvida em algo perigoso?Porque eu acho.  — Ela hesitou, procurando as palavras certas. — Tudo parece suspeito demais para ser apenas coincidência.

Ana suspirou, sentindo o peso das palavras de Mary:

— Também não quero acreditar, mas não podemos ignorar os sinais. Mads tem sumido demais, aparece com desculpas esfarrapadas pra Eliza, e nunca dá detalhes do que realmente está fazendo. Isso, por si só, já é motivo para desconfiar. E se ela estiver metida em algo que pode nos prejudicar?

— Lembram daquela vez em que ela ficou dias sem dar notícias?Quando eramos amigas ainda. — Isis interveio, sua expressão se tornando mais séria. — Quando voltou, estava toda nervosa, como se tivesse feito algo errado ou estivesse escondendo algo. E quando perguntamos, ela simplesmente desconversou.

Mary assentiu, lembrando-se do incidente:

— Sim, e quando a questionamos de novo, ela disse que era "coisa da família", mas não explicou nada. E agora, com esse atraso... Ela nem se deu ao trabalho de avisar direito.

— Madelaine é  uma pessoa muito difícil, mas não  sei se perigosa. — Ana continuou, olhando de uma para a outra. — Mas o comportamento dela mudou muito. E sinceramente, isso me preocupa. O que tá acontecendo?Isso parece ter algo a haver com a presença do casalzinho novo.

— Amy e Jacob? — Anne questionou com certa ironia. — E como vamos descobrir?

— Podemos começar a fazer perguntas mais diretas, ver como ela reage. Talvez a gente consiga tirar algo dela sem que perceba. Não estou dizendo que devemos confrontá-la, mas precisamos de mais informações.

O grupo concordou em silêncio, cada uma sentindo o peso do que haviam acabado de discutir. Elas sabiam que essa investigação silenciosa poderia mudar tudo, mas também sabiam que, sem respostas, não poderiam continuar como antes.

Ao voltarem para a sala, todas tentaram agir normalmente, mas sabiam que a partir daquele momento, nada mais seria o mesmo. A sombra da dúvida havia sido plantada, e agora, só restava esperar para ver o que ela revelaria.

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