Capítulo cento e oitenta.

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Chapter one hundred and eighty
Literalmente todo mundo daqui é suspeito ★
{Seattle, Washington}
<Bárbara Sevilla Narrando>

Três dias se passaram como um borrão. Finalmente, marquei de encontrar minha mãe, e isso me deixou ansiosa durante toda a semana. Além disso, eu e o Victor estávamos morando na mesma casa, mas nos ignorando completamente. O silêncio entre nós era muito mais sufocante do que qualquer briga. E para piorar, a festa da máfia que estávamos investigando ficava longe, tornando a viagem de carro longa e desconfortável.

Na quarta-feira, chegamos à festa. Nunca pensei que uma festa da máfia seria tão lotada. Resmunguei internamente ao olhar em volta. O lugar era cheio de gente, mas pelo menos a decoração era bonita.

— Tenho uma pergunta. — murmurei, e Victor olhou para mim com atenção.

— Fala.

— Como vamos saber quem é a Ariel? Pode ser qualquer pessoa aqui.

— A gente vai observar as pessoas suspeitas. — respondeu ele, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— Jones, estamos em uma festa da máfia. Literalmente todo mundo aqui é suspeito.

— Sevilla, relaxa. Quando for ela, a gente vai saber.

— Se isso der errado, a culpa é sua. Vamos adivinhar quem é? Viramos sensitivos agora?

— Deixa de ser negativa, Sevilla.

— Quem disse que sou negativa? Sou realista. Você é que é otimista demais.

— Tá sendo negativa de novo.

— Não estou!

— Sevilla, a gente vai dar um jeito.

— Fala aí, ô vidente. Vai decidir no unidunitê, Jones?

— Sevilla, se a Ariel é tão importante assim na máfia, ela vai estar nos lugares mais reservados da festa. Nós vamos achá-la.

— Se ela é tão importante assim, ela não vai estar sozinha. E aí a gente vai estar ferrado.

— Até parece que você nunca lutou na vida.

— Não com tanta gente! Olha aqui, se eu morrer por sua causa, eu vou te torturar no inferno.

— Então você é o próprio Satã? — ele provocou, com um sorriso de canto. Eu o encarei séria, mas ele apenas riu. — Tá vendo como você é negativa? — apontou.

— Jura, Augusto? — retruquei, chamando-o pelo segundo nome, e ele balançou a cabeça, ainda rindo.

— Olha, eu vou dar uma volta pela festa e já te dou um toque se encontrar algo. Fica de boa, 078.

Enquanto Victor se afastava, comecei a explorar a festa por conta própria. O lugar era grande, com uma decoração predominantemente vermelha e preta. Encostei em uma parede, pegando meu celular para passar o tempo enquanto ele procurava alguma pista.

{♠︎}

Carol:Tá ocupada?

You:To
Mas fala aí, rápido

Carol:Tô confusa

You:Ah pronto, começou
Por causa do Gabriel?

Carol:Nunca ficou confusa amorosamente?

You:Não

Carol:Mas e o Victor?

You:Victor não faz parte da minha vida amorosa

Carol:Então tá me dizendo que não sente nada pelo Victor?

You:Não sinto nada nem por mim mesma, Carolina

Carol:Que mórbido. 
Mas vocês ficaram de novo?

You:não

Carol:você acha que eu nasci ontem? Não precisa mentir pra mim

You:carolina, a gente tá brigado

Carol:VOCÊS BRIGARAM? POR QUÊ? 
Mas ele gosta de você

You:gosta nada.

Carol:Gosta sim, você é a única que não vê

You:Não exagera.

{♠︎}

Minha conversa foi interrompida quando uma garota esbarrou em mim, derrubando meu celular no chão. Praguejei baixo e franzi a expressão ao reconhecer a ruiva à minha frente.

— Vou começar a achar que você está me perseguindo. — Madelaine debochou, e eu me abaixei para pegar o celular.

— O que está fazendo em uma festa da máfia, Madelaine? — perguntei, percebendo que ela nem fazia mais questão de esconder seu envolvimento no caso.

— Eu podia perguntar o mesmo de você. — ela arqueou as sobrancelhas, sarcástica. — Está envolvida com a máfia?

— Vai ficar de joguinhos agora?

— Por que você acha que eu tinha uma pistola no meu carro? — ela rebateu, e eu estreitei os olhos. — Relaxa, é brincadeira. Não sou da máfia.

— Bárbara, novas pis... — Victor apareceu, mas parou de falar ao ver Madelaine. — Ah, oi.

Madelaine abriu um sorriso enigmático, e eu senti uma tensão no ar, como se uma corrente elétrica tivesse passado entre nós três. Eu não confiava nela, e Victor sabia disso, mas ele parecia estar mais focado na investigação do que em qualquer outra coisa.

case thirty nineOnde histórias criam vida. Descubra agora