Capítulo quarenta e dois.

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Chapter Forty-Two:
Ah, qual foi baixinha?
{eattle, Washington}
<Victor Jones narrando>

Eu estava começando a entender os limites da raiva de Bárbara, e como ela poderia alcançar um ponto onde estava disposta a machucar a si mesma ou aos outros. Entreguei um copo de água com açúcar para ela, tentando acalmá-la. Babi aceitou o copo, suas mãos tremendo visivelmente. Eu não sabia que me importava tanto com ela até aquele momento.

— Quer pizza? — Perguntei, apontando para a caixa na mesa. Ela assentiu sem muita energia.

O silêncio pesado pairava no ambiente, e eu batia os dedos nas minhas coxas, pressionando os lábios. Enquanto ela comia a pizza em silêncio, eu tentava descobrir como tirar o peso do ar. Bárbara deixou o prato de lado, limpou a boca e se encolheu no sofá, abraçando os joelhos e olhando para o nada. O silêncio estava me matando, e a ansiedade me impulsionava a quebrá-lo.

— Tá legal, anã gótica, o que foi? — Perguntei, tentando puxar uma reação dela. Babi resmungou em resposta, e eu continuei a encará-la. — Bárbara... — Insisti, notando que ela parecia um pouco mais calma.

— Saí, Jones. — Ela respondeu, se afastando um pouco. Eu percebi uma leve abertura quando ela deu um risinho de canto e parecia menos estressada.

Resolvi brincar com ela, na esperança de levantar seu astral. Bárbara quase nunca dava abertura pra brincadeiras, principalmente pra mim. Mas valia a tentativa.

— Babi — Chamei novamente, dando um pequeno beliscão em seu moletom preto. Ela resmungou e cruzou os braços, mas a irritação parecia ser uma fachada. — Ah, qual é, Babi? A graça de estar aqui é te irritar, pelo menos fique um pouco irritada. — Segurei seu braço e balancei seu corpo suavemente. Babi tentou puxar o braço e riu involuntariamente.

— Para, Victor, porra! — Ela reclamou, tentando se libertar. Eu continuei fazendo cócegas nela, e ela começou a rir. Babi me empurrou gentilmente e ambos rimos juntos.

— Ah, mas se tá brava? — Brinquei, vendo-a ficar séria novamente.

— Para. — Ela respondeu com um tom mais sério e levantou do sofá. Eu a segui com o olhar enquanto ela se preparava para se retirar.

— Ah, qual foi, baixinha?

— Vou dormir. — Ela suspirou, tentando escapar. Eu puxei seu braço levemente, e ela recuou, claramente desconfortável com contato físico.

— Você não dorme cedo, Bárbara. Fica aí. Vamos só comer pizza e conversar um pouco. — Eu a observei com expectativa, e ela hesitou, relutante. — Quer conversar sobre o que te deixou assim?

— Minha mãe me mandou um e-mail pedindo ajuda. — Ela cedeu e se jogou de volta no sofá.

— Peraí, sua mãe? Você tem mãe? — Perguntei surpreso. Babi desviou o olhar, e eu balancei a cabeça, entendendo lentamente a situação. — Ah.

Eu percebi que minha tentativa de distraí-la estava funcionando até certo ponto. O fato de que ela estava disposta a se abrir sobre algo tão pessoal era um sinal de que, talvez, eu estivesse conseguindo chegar a ela.

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