Capítulo cento e noventa e nove.

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Chapter one hundred and ninety-nine
Certo, vamos recapitular ★
{Washington D.C, capital}
<Narrador on>

O voo de cinco horas pareceu durar uma eternidade. O silêncio pesado entre Victor e Bárbara só amplificava a tensão, enquanto ambos se perdiam em pensamentos sobre a briga recente. O dia tinha sido exaustivo, começando com Victor cuidando da ressaca de Bárbara, passando pelo reencontro doloroso dela com a mãe, até o momento em que ela desabou em lágrimas nos braços dele. Mas o que realmente pairava entre eles era a discussão que veio depois. No avião, apenas um diálogo foi trocado:

— Quer investigar o galpão amanhã de manhã? — Victor perguntou, quebrando o silêncio. Por alguns segundos, tudo que ele recebeu foi mais silêncio. Ele já estava convencido de que Bárbara iria ignorá-lo completamente, mas então, ela finalmente respondeu:

— Estou disposta a investigar hoje, se você quiser.

— A gente vai chegar lá quase meia-noite, você sabe disso, né? — Victor riu levemente, embora sem encontrar graça na situação. Bárbara apenas deu de ombros.

— Como eu disse, se você quiser.

— Tudo bem. A gente entra lá à meia-noite, então. Vou tentar conseguir nosso acesso.

A resposta dela foi o silêncio, enquanto Bárbara encarava o céu pela janela do avião, pensativa, seus pensamentos girando em torno dos últimos acontecimentos.

Horas depois, finalmente aterrissaram na capital. Sem perder tempo, se dirigiram diretamente ao seu destino. Com pressa e sem expectativa de ficar muito tempo, levaram apenas o essencial.

Chegando ao galpão, o silêncio entre eles era quase palpável. Bárbara podia sentir a tensão no ar e sabia que se Victor abrisse a boca, ela poderia explodir em uma onda de sentimentos conflitantes. Victor, por sua vez, parecia perdido em seus próprios pensamentos, o que começava a preocupar Bárbara. Ele estava assim o dia todo.

O acesso ao galpão foi fácil com os distintivos do FBI. O local, uma cena de crime, estava mergulhado em tons de cinza e preto, cheio de caixas de papelão e vestígios de uma investigação inacabada. Ambos sabiam que precisavam pensar em todas as possibilidades, especialmente com tudo o que tinham ouvido sobre Ariel nos últimos meses. Eles não sabiam o que esperar da mulher misteriosa.

— Certo, vamos recapitular — Victor sugeriu, tentando dissipar o clima pesado. — A primeira coisa que a gente soube.

— Agente Cooper foi enviada para investigar um assassinato que ocorreu há onze meses, e que completou um ano recentemente. A última coisa que ela disse antes de desaparecer foi que o caso estava relacionado à máfia. A festa no prédio foi o último lugar onde ela foi vista. — Bárbara cruzou os braços, olhando para Victor com um olhar que misturava cansaço e frustração.

— E o que a gente descobriu na festa? — Victor perguntou, tentando alinhar os pensamentos.

— Lara tinha acesso às câmeras do prédio. Ela estava fugindo, procurando por um endereço de IP. Ela deveria estar na festa da lancha. — Bárbara respondeu, com uma expressão desinteressada.

— E na festa da lancha... — Victor começou, mas foi interrompido por Bárbara.

— A gente conheceu Madelaine, que também é suspeita.

— A gente achou o Jonathan... — Victor murmurou, seu tom deixando Bárbara desconfortável ao lembrar-se do momento em que perdeu o controle e machucou o suspeito. — Descobrimos sobre Ariel e que ela preza muito o que quer que esteja nesse endereço de IP, possivelmente um vídeo.

— Depois teve o tal do Brian... — Bárbara continuou, observando Victor montar o quebra-cabeça. — E descobrimos os registros da máfia. Depois soubemos sobre Collin. Interrogamos ele, recuperamos os registros, descobrimos sobre a festa, achamos as digitais da Ariel, e agora estamos aqui porque as digitais apontam para essa cena de crime. Talvez a gente encontre uma nova pista.

— Tá — Victor murmurou, pensativo, quando seu celular vibrou.

— Que profissional, Jones — Bárbara zombou, com sarcasmo, enquanto Victor ignorava o comentário.

— É a análise do banco de dados. Lembra que eu pedi uma nova porque você insistiu?

— E daí? — Bárbara arqueou as sobrancelhas, observando Victor enquanto ele verificava o celular.

O clima entre eles era tenso, uma briga não resolvida que pairava no ar como uma nuvem negra, prestes a desabar em uma tempestade. Ambos sabiam que, mais cedo ou mais tarde, teriam que enfrentar os sentimentos e as palavras não ditas, mas por enquanto, a investigação era tudo o que importava.

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