Chapter Seventy-Two
★ Disse aquilo, porque queria te beijar ★
{Seattle, Washington}
<Victor Jones narrando>Chegamos ao apartamento que não ficava muito distante de onde estávamos com Diogo minutos atrás. Entrei com a mente vazia, sem pensar muito em nada.
— Por quê? — Babi virou o corpo, ficando de frente para mim.
— Por que o quê? — Cruzei os braços e ela riu com sarcasmo, arqueando as sobrancelhas.
— Por que quis apostar o beijo?
— Olha, foi só uma brincadeira, algo para se distrair. Não precisa me beijar se não quiser. Por que isso te incomoda tanto?
— Porque você me odeia. — Ela argumentou e eu ri com sarcasmo.
— Eu te odeio?! — Ironizei, sentindo uma onda de frustração misturada com algo mais profundo que eu não queria admitir.
— Você sempre faz questão de me irritar e brigar comigo até eu explodir e gritar com você.
— Devo te lembrar de quando a gente se conheceu? Foi você que chegou cheia de ignorância pra cima de todo mundo! Só que, diferente deles, eu não sou idiota ao ponto de levar porrada e continuar sendo gentil com você. — Aumentei a voz, e ela evitou olhar para mim, mas se irritou ainda mais.
Nos conhecemos em um dia não muito bom, onde Babi já chegou impondo sua presença com uma agressividade desnecessária. Desde então, nossos conflitos se intensificaram. Eu não sou do tipo que leva desaforo para casa, e cada briga com ela parecia uma batalha de vontades.
Nosso chefe Bruno Walker sempre disse para a gente ter paciência por conta de seus transtornos de raiva. E eu tentei de verdade. Mas Babi sempre pareceu ter uma implicância especial comigo, e aquilo foi desgastando uma relação que mal existia.
— Eu não me importo com a sua amizade. — Ela murmurou, e eu olhei com desdém.
— Claro que não se importa, você só se importa com você mesma. Desculpa se eu não sou o que você queria, mas eu não faço questão de uma pessoa que é egoísta e arrogante!
— Eu não faço questão de uma pessoa convencida e inflexível! — Ela disse em um quase grito. Estávamos evitando falar alto por conta do horário.
Bárbara e eu trocamos olhares de rancor. Eu e Babi sempre tivemos uma relação muito difícil, desde que a gente se conheceu.
— Por que se importa com essa aposta?
— Não me importo.
— Claro que se importa. — Me aproximei mais, e ela acompanhou meus passos. — Tem medo e ódio do que sente por mim, não é?
— Não. — Ela respondeu rapidamente, sem olhar para mim.
— Tem medo de não me odiar de verdade, não é?
— Para. — Ela disse, e eu deixei nossos corpos a centímetros de distância.
— Perguntou por que eu te odeio, né? É você que faz questão disso, você que sempre afasta as pessoas da sua vida. Não é você que prefere ficar sozinha?! — Rebati, sentindo a raiva e a frustração borbulharem dentro de mim. Ela suspirou e passou a mão no rosto, e diferente do que — Disse aquilo, porque queria te beijar. — Eu finalmente respondi à pergunta que ela me fez no começo da discussão.
Foi a primeira vez que eu senti que deixei a Sevilla sem palavras. Aquilo me deixou um pouco convencido. Eu pensei que ela apenas ia sair brava ou algo assim, mas sua reação foi diferente.
Puxei o ar e Babi se aproximou de mim e fitou meu rosto e eu posei a mão em sua nuca e a outra em sua cintura, e ela segurou meus braços.
Toquei seus lábios, beijando-a calorosamente. Sua boca tinha um sabor doce de morango, o que era surpreendente gostoso. O beijo começou calmo, delicado e lento. Bárbara estava no tenso no começo mas alguns segundos depois, relaxou o corpo e abriu a boca delicadamente permitindo acesso à minha língua.
Agora o beijo era quente e excitante. Apertei sua cintura possesivamente e meus dedos acariciavam sua nuca com delicadeza; senti ela arrepiar em minhas mãos e deixei escapar um sorriso entre o beijo. Nossas línguas travavam a mais prazerosa das batalhas.
Quando a falta de ar tomou conta do ambiente e nossos corpos, Bárbara mordiscou meu lábio inferior e eu dei três selinhos nela para finalizar.
Uau, isso foi...bom?Não diria bom, diria incrivelmente bom. A tensão que pairava no ar agora era diferente...
— Tá aí, eu cumpri a aposta. — Ela disse quebrando minhas expectativas. Porém lá no fundo eu sentia um tom sarcástico em sua voz.
Eu sabia que aquilo não rolou por causa da aposta. Não éramos mais crianças. Ela queria aquilo tanto quanto eu.
Bárbara deu as costas e foi pata o seu quarto, e eu encostei a porta, atordoado, mordendo os lábios para esconder o sorriso.
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case thirty nine
Fiksi PenggemarSinopse: Em um prédio do FBI no estado de Washington, cidade de Tacoma trabalham o esquadrão setenta e oito composto por sete agentes, cada um com a sua especialidade. Bárbara Sevilla e Victor Jones não se dão bem, e após uma discussão que quase fe...