Chapter one hundred and seventy
★ Ela não tá apaixonada né? ★
<Gabriel Di Laurentis narrando>O tempo parecia voar enquanto eu jogava hóquei de mesa, dessa vez contra o Mob. Gilson e Arthur conversavam sobre algo banal, suas vozes misturando-se com o som dos discos se chocando. Defendi um gol, e Marcos soltou um palavrão, claramente frustrado. Aproveitei a pausa para puxar assunto, tentando disfarçar a inquietação que crescia dentro de mim.
— Mob? — Chamei, sem tirar os olhos do jogo.
— Fala, Di Laurentis. — Ele respondeu, concentrado.
— Você é bem amigo da Decker, não é? — Perguntei, tentando parecer casual.
— Ela é minha melhor amiga. — Ele respondeu prontamente, e marcou um gol em seguida. Resmunguei, sentindo a competitividade me pegar.
— Sei. — Peguei o disco de volta, mas a pergunta que realmente queria fazer estava presa na minha garganta. — Ela não tá apaixonada, né?
Mob deu de ombros, sem desviar os olhos do jogo.
— A Carol tá meio fechada pra relacionamentos desde que terminou com o ex dela. — Ele respondeu, enquanto eu jogava o disco com mais força do que pretendia. O impacto reverberou no ar, e ele riu. — Calma aí, estressado. Falei algo errado?
— O Samuel? — Perguntei, ignorando sua provocação. Mob suspirou, como se soubesse exatamente o que estava passando pela minha cabeça.
— Ela te contou?
— Não exatamente...
— Bom, não escuta nada que a lindinha falar do Samuel. Ela é totalmente cega por ele. — Mob começou, sua voz ficando mais séria. — Ele é o maior babaca, magoou ela com falsas promessas e faz chantagem emocional. Eu, Victor e Gilson conhecemos ele em uma balada qualquer. Quando você não quer, parece que essa cidade vira um bairro pequeno, todo mundo se conhece. Ele é arrogante pra cacete. A Carol meio que se fechou pra vida amorosa depois do término.
Eu ouvi cada palavra com atenção, sentindo meu estômago se contorcer. Não era exatamente uma surpresa, mas ouvir tudo isso de alguém tão próximo a ela fazia o peso da situação se intensificar. A ideia de que alguém poderia ter machucado Carolina assim me deixava furioso.
— Ah. — Murmurei, sem saber o que mais dizer.
— Mas, respondendo sua pergunta, não, a Carol não tá apaixonada. Pelo menos não que eu saiba. — Ele completou, fazendo outro gol.
Eu segurei o disco, mas meus pensamentos estavam longe dali. A verdade é que, desde que conheci Carolina, ela ocupou um espaço que eu nem sabia estar vazio. A ideia de que eu pudesse ser apenas mais um cara na vida dela, alguém que ela "enrolaria por meses" antes de decidir se valia a pena, me deixava inquieto. Mas ao mesmo tempo, saber que ela não estava apaixonada por outro também trazia um estranho alívio.
— Imagino. — Murmurei, apertando o maxilar com força.
Mob, percebendo meu estado, tentou me dar um conselho sincero.
— Sabe, se quer a lindinha, tem que fazer por merecer. Você pode ser legal e rico, mas a Carolina vai te enrolar uns meses até decidir se quer se entregar ou não. O melhor a fazer é não colocar pressão nela. Vai com calma. — Ele disse, com um tom que misturava brincadeira e seriedade. — A Carol é uma pessoa difícil de lidar, mas, no fundo, ela é manteiga derretida. Se souber lidar, ela vai ficar apaixonadinha por você. Ela pode parecer linha dura às vezes, mas é a melhor pessoa que você pode conhecer.
Concordei, embora ainda me sentisse um pouco perdido. As palavras de Mob ecoavam em minha mente. Eu sabia que ele estava certo. Carolina era diferente de todas as outras mulheres que eu havia conhecido. Ela era forte, independente, mas também havia uma vulnerabilidade nela que me atraía de um jeito que eu não conseguia explicar.
Perdido nesses pensamentos, quase não percebi quando Marcos fez outro gol, declarando sua vitória.
— Tá vendo o que dá ficar com a cabeça em lorinhas metidas a capitã de exército?! — Ele brincou, tirando sarro da minha distração.
Respirei fundo, sentindo a necessidade de compartilhar o que vinha me corroendo por dentro.
— Fiquei com a Carol... — Confessei em um sussurro, minha voz quase sumindo, mas o suficiente para que Marcos escutasse.
Ele parou, me encarando com surpresa, a boca aberta em choque.
— Eu sabia! — Ele exclamou, mas antes que pudesse continuar, me perguntei se aquilo tinha sido um erro ou o começo de algo que eu nunca imaginaria.
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case thirty nine
أدب الهواةSinopse: Em um prédio do FBI no estado de Washington, cidade de Tacoma trabalham o esquadrão setenta e oito composto por sete agentes, cada um com a sua especialidade. Bárbara Sevilla e Victor Jones não se dão bem, e após uma discussão que quase fe...