Capítulo quarenta e três.

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Chapter Forty-Three:
Você é muito difícil

- Tá bom, e por que ela tá te procurando agora? - Perguntei, tentando entender a situação.

- Aparentemente, ela precisa de dinheiro. - Babi resmungou e se jogou no sofá, claramente incomodada.

- Então, deixa eu ver se eu entendi direito. Ela não faz parte da sua vida, e agora, de repente, quer te pedir alguma coisa?

- Você tá simplificando demais. - Babi respondeu com um tom irritado. - Ela me abandonou com meu pai quando eu tinha poucos dias de vida, sem dar nenhuma explicação. Eu praticamente morri para ela e ela para mim.

Eu estava surpreso. Pela primeira vez, Babi estava se abrindo sobre algo tão pessoal. Isso ajudava a explicar a personalidade difícil dela. Confesso que, por um momento, senti uma pontada de pena. Dei de ombros e tentei continuar a conversa:

- Beleza, então manda ela se foder.

- É o que eu geralmente faria. Mas eu não sei o que está acontecendo agora. - Babi se encolheu no sofá, olhando para o chão.

- Você não consegue? - Perguntei, tentando entender. Ela me olhou como se eu tivesse feito uma grande ofensa. - Olha, Babi, você não precisa fugir dos sentimentos ou de qualquer coisa. Ela ainda é sua mãe.

- Não. Ela não é. - Ela respondeu, a frieza na voz era quase palpável.

- É normal ter curiosidade sobre ela e o motivo pelo qual ela te deixou. Você não precisa responder a ela, mas no fundo você sabe que quer entender isso.

- Victor, para de bancar o psicólogo. Você não sabe de nada. - Ela disse, claramente irritada, e eu ergui os braços em um gesto de rendição falsa.

O silêncio caiu novamente, e eu odiava aquele silêncio. Babi estava com a cabeça baixa, pensativa, e o ambiente pesado estava me deixando cada vez mais ansioso.

- Você precisa se animar. Vamos dar uma volta à noite. - Sugeri, levantando do sofá. Ela balançou a cabeça negativamente. - Ah, vai Sevilla, ou você prefere ficar aí deprimida até dormir?

- Prefiro ficar deprimida até dormir. - Ela respondeu, com uma determinação que me fez revirar os olhos. Ela cruzou os braços, me observando com uma expressão desafiadora. - Por que você está bancando o preocupado? Nós dois não somos amigos.

- E daí? A gente já fez isso antes. - Respondi, tentando minimizar a situação.

- Com o pessoal junto. É estranho só eu e você.

- Não estou te chamando para um encontro em que eu vou te beijar no final. Só estou te chamando para distrair sua cabeça porque você realmente precisa. - Ela me olhou com desdém, mas acabou levantando sem responder. - Você é muito difícil. - Sussurrei para mim mesmo.

Ao sairmos, avistei Eliza do apartamento ao lado, acompanhada de um homem.

- Ah, oi. - Eliza cumprimentou, e o homem ao seu lado sorriu. Ela revirou os olhos para ele, visivelmente cansada. - Vocês vão sair?

- Dar uma volta para conhecer a cidade. E vocês? - Respondi, sentindo o olhar fulminante de Babi. Internamente, ri ao perceber que ela estava claramente desconfortável.

- O Diogo não gosta de sair sozinho. - Eliza respondeu, apontando para o homem ao seu lado.

- Pensei que vocês se odiavam. - Babi comentou, com um tom de surpresa. Diogo riu e passou os braços ao redor dos ombros de Eliza.

- Ela me deve.

- Então vamos com eles. - Falei para Babi, e o olhar dela parecia capaz de me matar. Ri internamente enquanto nos juntávamos a Eliza e Diogo, pensando que a noite estava apenas começando.

case thirty nineOnde histórias criam vida. Descubra agora