Capítulo noventa e cinco.

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Chapter Ninety-five
Tem certeza que vai beber? ★
<Bárbara Sevilla narrando>

Já haviam se passado alguns dias e finalmente chegou a festa da Eliza. Eu não estava com a menor vontade de ir; não contribuía em nada para nossa investigação e apenas me distraía. Victor afirmou que essa seria uma boa oportunidade para relaxarmos. Passei a mão pelo meu vestido preto antes de entrar na festa ao lado de Victor. Ao ver o ambiente, não pude deixar de revirar os olhos mentalmente.

— Dá pra fingir que está feliz pelo menos? — Victor murmurou, e eu resmunguei.

— Você sabe que eu não queria estar aqui.

— E só pra não estragar os disfarces. — Ele disse, enquanto eu bufava. — Aqui você é legal e simpática, é Amy Jensen. Apenas aja como uma pessoa normal e não seja você mesma.

Victor segurou meus ombros e me forçou a enfrentar o grupo que se aproximava. Eliza vinha na nossa direção, e eu tentei me desviar, mas ele continuou pressionando meus ombros. Desgraçado.

— Oi, gente — Eliza sorriu de forma simpática.

— Oi, feliz aniversário — respondi com a voz mais gentil que consegui.

Isso é um pesadelo. "Apenas não seja você mesma." Como se fosse fácil.

— Obrigada.

— Feliz aniversário, Eliza. — Victor acrescentou.

— Obrigada. Adorei o colar, Amy — Eliza elogiou, e eu dei de ombros, tentando disfarçar o orgulho. Percebi um sorriso sutil no rosto de Victor.

— Valeu.

— Ei, Liza — uma voz familiar interrompeu.

— Ei, ruiva — Eliza sorriu e abraçou a Madelaine.

Nem sabia que elas se conheciam. Isso definitivamente parecia suspeito. Talvez essa festa pudesse, de fato, ajudar na investigação. Aos poucos, mais pessoas começaram a chegar. Eu realmente precisava de uma bebida.

— Oi, gente — Madelaine acenou, e nós respondemos com um aceno hesitante. O olhar desconfiado entre ela e nós era perceptível.

As duas se afastaram e eu respirei aliviada. Fomos em direção ao bar, onde peguei um shot de tequila.

— Tá indo bem? — Victor perguntou, e eu murmurei, virando o shot e fazendo uma careta com a queimação. — Tem certeza que vai beber?

— É só pra lidar melhor com a socialização. Eu tô bem.

— Logo não vai estar — ele respondeu com ironia, dando um gole de cerveja.

Ignorei o comentário e três garotas se aproximaram. Mary, Ana e Isis. Todo mundo se conhece em Seattle?! Comecei a ficar inquieta.

— Oi — elas acenaram brevemente, e eu lancei um olhar mortal para o Victor.

— Está se divertindo, é? Parece que eu estou me divertindo? — perguntei, para que só ele ouvisse.

— Relaxa um pouco, anã gótica.

— Vou precisar de mais tequila.

case thirty nineOnde histórias criam vida. Descubra agora