case thirty nine

Capítulo noventa e seis.

Chapter ninety-six
★ Eu tenho chance? ★

— Vou precisar de mais tequila. — Eu disse, me virando para o bar, tentando ignorar a agitação ao meu redor.

Victor me seguiu até lá, e o barman rapidamente me serviu outro shot. O líquido ardente foi um alívio momentâneo, mas o desconforto voltou quase imediatamente.

— Então, Amy Jensen, — Victor começou, com um tom que misturava brincadeira e um toque de interesse, — qual é o seu plano para a noite? Apenas se esconder atrás de bebidas ou você tem algo mais empolgante em mente?

Senti um peso nos ombros. Se eu ficasse ali, parecia que ia acabar acreditando que aquela festa era realmente importante e não apenas uma distração. Como se fosse uma verdadeira celebração. Tentei manter a leveza na minha resposta, apesar de como eu me sentia por dentro.

— Bem, se eu ficar aqui muito tempo, posso acabar acreditando que é uma festa real e não uma encenação. — Respondi, forçando um sorriso. — E você, Jacob? Vai se contentar em ser o acompanhante da "Amy" ou vai procurar algo mais empolgante?

Victor sorriu, seus olhos brilhando com uma faísca de provocação que eu não conseguia ignorar. Meu coração acelerou um pouco, algo que eu não conseguia controlar. A conversa era leve, mas havia um subtexto que parecia estar me envolvendo cada vez mais.

— Quem sabe eu possa encontrar algo mais interessante por aqui. Talvez até alguém que me desafie um pouco.

Aquela resposta me pegou de surpresa. Eu estava tentando manter a compostura, mas o tom de flerte de Victor estava deixando as coisas cada vez mais complicadas.

— Você está tentando me provocar? — Perguntei, com um leve riso que tentava disfarçar a confusão que eu sentia.

— E, a julgar pela sua reação, parece que estou indo na direção certa.

Senti um frio na barriga com a ideia de que Victor estava mesmo interessado, ou ao menos brincando com a ideia.

— Então seus planos são flertar comigo? — Perguntei, sem olhar diretamente para ele. A nossa relação sempre foi marcada por discussões e provocações, e um beijo  - na verdade dois - não havia mudado isso de forma clara. Na verdade, estava tudo mais confuso do que eu imaginava.

— Eu tenho chance? — Victor rebateu, e o sorriso cafajeste no rosto dele me fez sentir uma mistura de emoções que eu não sabia como processar. Era como se um sorriso tão desafiador pudesse desestabilizar todas as minhas defesas. — Relaxa, eu tô brincando com você.

Sua resposta fez com que eu me recomposasse rapidamente. Tentei esconder o impacto que suas palavras tinham em mim, ajustando minha postura no banco do bar e virando o copo, tentando encontrar algum sentido de normalidade naquela situação.

Minha relação com Victor, que antes parecia tão simples e clara — marcada por críticas e discussões — agora estava mudando de forma inesperada. Eu desejava ele, apesar de odiar admitir isso. E sabia que ele também me desejava. Nossas implicâncias, que antes eram irritantes, agora pareciam apenas adicionar mais um nível de complexidade e atração ao nosso relacionamento. Eu adorava um desafio, e isso estava se tornando o maior deles.

Mas, ao mesmo tempo, havia um medo persistente de expor e admitir o que eu realmente sentia. Eu não queria que isso se transformasse em algo maior e mais complicado, porque, no fundo, eu sabia que se eu cedesse, poderia se tornar um problema para Victor. Na verdade, eu me tornaria um problema para ele. Preferia continuar na fachada de desdém e sarcasmo, porque Victor era tão encantador quanto inflexível, e isso tornava tudo extremamente confuso para mim.

Voltei à realidade com a voz de Jones me chamando:

— Babi, tudo bem se você ficar sozinha?

Fiz uma careta, tentando disfarçar minha frustração. Eu queria que ele fosse embora, o mais rápido possível.

— Some, Jones.

Quanto mais ele se afastasse, mais eu conseguia esquecer o quanto ele estava nos meus pensamentos ultimamente. A bebida, eu esperava, ajudaria a desanuviar um pouco essa mente confusa, ou pelo menos, era o que eu queria acreditar.