Capítulo cento e noventa e um.

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Chapter one hundred and ninety-one
Cheguei primeiro
{Seattle, Washington}
<Narrador on>

O sol de fim de tarde cobria Seattle com uma capa de névoa, suavizando as luzes da cidade em uma bruma esverdeada. As ruas estavam um pouco mais silenciosas do que o normal, e o vento carregava um frio cortante que parecia sussurrar segredos obscuros entre os edifícios.

Babi seguia Madelaine pelos corredores da casa de Eliza, o som dos próprios passos ecoando em um ritmo inquietante. O ambiente era opressor, as paredes decoradas com quadros e fotos de família, tudo em uma tonalidade que misturava o calor de uma vida pessoal com o gelo do mistério que agora preenchia o espaço. A iluminação estava baixa, apenas algumas lâmpadas piscando ocasionalmente, criando sombras que dançavam pelas paredes.

— Não adianta tentar me manipular, garota. Não confio em uma palavra do que diz. — Babi declarou com firmeza, a voz baixa e carregada de desdém.

Madelaine sorriu com uma expressão que misturava desdém e divertimento. — Não preciso provar nada pra você.

Babi encarou Madelaine, seus olhos afiados como lâminas. — Não quero nada de você. Só não quero que se meta no meu caminho.

— Você não é a primeira que me diz isso. — Madelaine riu levemente, o som baixo e quase sinistro. — É você que tá no meu caminho.

— E o que você quer? — Babi exigiu, a tensão quase palpável entre elas.

— O mesmo que vocês. Vocês estão me atrapalhando. Cheguei primeiro.

Babi franziu a testa, a frustração evidente. — Isso não é uma disputa por tempo. Se soubesse o que está fazendo, não estaria aqui até agora. Sabe-se lá atrás do que…

Madelaine a interrompeu com um tom frio. — Se fosse competente o suficiente, eu não estaria aqui.

O comentário atingiu Babi com uma série de perguntas. As palavras de Madelaine eram um enigma, um quebra-cabeça incompleto que Babi não conseguia montar, mas que certamente tinha significados mais profundos.

Eliza voltou para a sala, seu rosto carregado com um sorriso forçado que não chegava aos olhos. As duas mulheres se encararam com uma intensidade que quase fazia o ar vibrar, a tensão entre elas visível. Elas se recomporam para a amiga.

— E aí?Perdi alguma coisa?

— Não, na verdade a mads já tava de saída. — Babi disse e a Madelaine franziu o cenho e em seguida revirou os olhos.

Madelaine lançou um último olhar desafiador para Babi, o olhar frio e calculista. — Vou me lembrar das suas palavras.

Com isso, Madelaine virou-se abruptamente e saiu da sala com um passo decidido, deixando Babi e Eliza sozinhas. Babi respirou fundo, tentando recuperar o controle sobre suas emoções.

— Eliza, o que está acontecendo? — Babi questionou, sua voz carregada de uma mistura de exasperação e curiosidade.

Eliza hesitou, o nervosismo visível em cada movimento. — Do que tá falando?

— De você toda estranha e curiosa com o que eu vou fazer — Babi exigiu, seus olhos fixos em Eliza.

Eliza olhou para o chão, claramente lutando com o que devia dizer. Finalmente, ela levantou o olhar, seu rosto pálido. — Eu só tava preoupada amy, você tá ficando paranoica.

O silêncio caiu pesado entre elas, e Babi percebeu que estava no meio de algo muito mais complexo do que inicialmente supusera. O que era uma simples investigação agora parecia ter camadas de intriga e manipulação, e ela estava apenas começando a desenterrar a verdade.

— Vou acreditar em você. — Babi respondeu meio contrariada. — Eu preciso ir, mas se decidir confiar em mim e só me ligar.

O mistério se aprofundava, e Babi sabia que precisava ficar alerta. Eliza estava escondendo algo, e a verdade sobre Madelaine ainda estava envolta em sombras. Com um último olhar de desconfiança para Eliza, Babi virou-se e saiu da casa.

Ela sabia que a noite ainda reservava muitos segredos e que a busca pela verdade a levaria por um caminho mais escuro e sinuoso do que ela poderia imaginar.

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