Capítulo vinte e seis.

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Chapter twenty-six
Eu não quero saber! ★

Usei o tom mais simpático que consegui e coloquei a xícara de chá sobre a mesa de centro. Eliza me lançou um olhar de hesitação.

— Olha, eu sei que você é nova e tal, mas eu recebi ordens de só dar os broches para pessoas específicas.

A frase "não seja você mesma" ecoou na minha mente. Thaiga sempre me ajudava a lidar com situações difíceis com seus truques de atuação. Ajudou muito, principalmente quando eu entrei para o FBI, depois de uma longa discussão com meu pai sobre a necessidade de arranjar um futuro. A relação com ele sempre foi complicada; ele queria que eu seguisse um caminho mais tradicional e seguro, mas eu busquei algo que me desafiasse. Bruno disse para o esquadrão ser compreensivo comigo, ja que eu tenho diagnóstico de raiva descontrolada algo que eu agradeci, apesar de não achar que precisava tanto. No entanto, Victor, sempre foi diferente.

Quando eu entrei pro FBI Thaiga me convidou para uma noite de “troca de habilidades”. Ensinei-a a mirar melhor e ela me ajudou a melhorar minha atuação. "Manipulação, Sevilla: faz cara de sofredora tímida e coloca o cabelo para trás".

— Ah, tudo bem... — Abaixei a cabeça com um tom lamentoso. — Eu e o Jacob queríamos conhecer melhor as pessoas porque somos novos. — Coloquei o cabelo para trás e Eliza suspirou.

— Tudo bem, só dessa vez. — Ela cedeu, e eu disfarcei um sorriso satisfeito. Thaiga realmente merecia um agradecimento. — Obrigada! — Respondi com um sorriso animado e falso.

— Eu entendo, sei como é difícil ser novo. — Eliza comentou com um tom doce enquanto bebia um gole de chá. — Mas, por que se mudaram?

— Mais oportunidades.

— De onde vocês são? — Ela perguntou, soprando o líquido quente.

— Tacoma.

— Dizem que lá é calmo, gostaria de ir um dia.

— É muito calmo. — Totalmente mentira, pensei.

— Eu gostei da sua roupa, nunca usei preto. Minha mãe diz que é coisa de emo. — Rimos juntas. — Eu estava com medo de os novos vizinhos serem psicopatas ou algo assim, mas vocês parecem normais. Eu gostava da Lara, a vizinha antiga.

— Conheceu a Lara? — Perguntei, interrompida pela porta se abrindo.

— Ei, Yennefer, você...

A voz masculina preencheu o ambiente, mas foi imediatamente interrompida por Eliza arremessando uma almofada na direção da voz.

— Eu não quero saber!

Arregalei os olhos. Talvez Eliza não fosse tão inofensiva quanto parecia.

case thirty nineOnde histórias criam vida. Descubra agora