Capítulo setenta e oito.

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Capítulo Seventy-Eight
Quem cala consente ★
<Gabriel Di Laurentis narrando>

Carolina estava claramente irritada e saiu da sala batendo o pé, com um passo firme e decididos movimentos. Já imaginava que sua frustração tinha algo a ver com o nosso encontro, que, como sempre, parecia ser um ponto de tensão entre nós. Fui atrás dela e a encontrei de pé ao lado do bebedouro, bebendo água com uma expressão que misturava desconforto e raiva.

— Hey, loirinha. — Disse, aproximando-me dela.

— O que você quer, Gabriel? — Ela perguntou, cruzando os braços com tanta força que o copo descartável que estava segurando se amassou um pouco.

— Nada, só vim ver como você está. — Respondi, tentando manter um tom leve.

— Não quero falar com você. — Ela respondeu com uma voz que beirava a birra, os olhos verdes brilhando com um misto de irritação e humor.

— Tá brava comigo? — Arqueei as sobrancelhas, um sorriso malicioso escapando dos meus lábios. Ela soltou um riso escárnio.

— Eu sempre tô brava com você.

— Por que, exatamente? — Perguntei, rindo levemente. Ela deu de ombros, como se a resposta fosse óbvia.

— Acho que meu cérebro decidiu que você não presta. — Ela respondeu, com um tom que misturava desprezo e uma ponta de brincadeira.

— Seu cérebro tá certo, eu não presto. — Falei com um tom rouco e sarcástico. Ela me observou com um olhar avaliador. — Não precisa sair comigo se não quiser.

— Eu não tô brava por causa do encontro! Quem te falou isso?

— Ninguém, só uma intuição. — Dei de ombros e me aproximei dela. — Então, vamos considerar que é um encontro?

Ela estava linda, como sempre. Carolina estava vestida com as roupas pretas do FBI, que destacavam ainda mais sua figura esbelta e seus olhos verdes marcados pela mistura de lápis preto e branco. Quando ela ficava brava, seus lábios se curvavam em um jeito que os tornava ainda mais destacados.

— Me diz você. Foi você quem me chamou, não foi?

— E é por isso que está nervosa?Quer que seja um encontro?

— Talvez. — Carolina respondeu com um olhar desafiador. — Admitir que você me deixa nervosa é uma coisa, mas você parece gostar de brincar com isso.

— Então você tá admitindo que eu te deixo nervosa? — Provoquei, com um sorriso largo. — Quem cala consente.

— Guarde seus flertes pra mais tarde. — Carolina respondeu, com um tom de voz que tentava ser sério, mas seu sorriso traía sua diversão.

— Tudo bem, deixo para mais tarde então. — Sussurrei, me aproximando um pouco mais. — Tudo certo pra mais tarde?

— Tudo certíssimo. — Ela respondeu se afastando com um sorriso de lado, aquele sorrisinho debochado que eu adorava ver. — E quanto ao sábado, está tudo certo?

— Hm... mais ou menos. — Desviei o olhar, e ela bufou, claramente desapontada.

— Di Laurentis...

— Relaxa, vai dar tudo certo. Confia em mim. — Apoiei o braço na parede ao lado dela, tentando parecer mais descontraído do que realmente estava.

— Lá vem você com esse jeito todo confiante.

— Só estou tentando manter a calma. Estamos bem então?

— Tudo por favores, não é?

— Acha que é tão ruim assim sair comigo? — Perguntei, com um tom de voz que misturava curiosidade e provocação.

— Não, a essa altura eu só quero te irritar. — Carolina disse com um sorriso, finalmente me fazendo rir. Senti que, desta vez, ela estava realmente brincando.

case thirty nineOnde histórias criam vida. Descubra agora