Capítulo cento e quatro.

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Chapter One Hundred and Four
Ariel? ★

— Tá legal, qual é a sua? — perguntei, mantendo a voz firme, sem esconder a desconfiança que crescia a cada segundo.

O homem me encarou com frieza, seu olhar cortante, mas permaneceu em silêncio. Sua expressão era de alguém acostumado a ser confrontado, mas não intimidado. Aquilo não era um comportamento comum de um convidado numa festa. Algo estava definitivamente errado, e eu estava determinado a descobrir o que era.

— Só curtindo a festa, cara. — Ele levantou as mãos em uma tentativa de parecer despreocupado, mas o gesto só serviu para me irritar ainda mais.

— Claro, e a Eliza te conhece bem o suficiente para te convidar pra festa de aniversário dela? — Perguntei com sarcasmo, observando sua reação. Ele manteve a mesma expressão impassível, como se meu comentário não tivesse importância.

— Eu não nasci ontem. Sei que você tá de olho na Eliza desde que a festa começou. — Continuei, tentando provocar uma reação.

— São só negócios. — Ele finalmente admitiu, me analisando com cuidado. — Você deve ser o Victor.

A menção do meu nome fez minha mente correr com perguntas. Como ele sabia quem eu era? E o que, exatamente, eram esses "negócios"?

— E você é...? — Retruquei, esforçando-me para manter a calma e não demonstrar a preocupação crescente que sentia. Não podia deixar transparecer que a situação estava começando a sair do meu controle. E se eu não tivesse percebido a tempo? O que poderia ter acontecido com Eliza?

— Brian. — Ele respondeu de forma simples, como se seu nome fosse o suficiente para explicar tudo.

— Pelo menos não mandaram o Jonathan dessa vez. — Murmurei mais para mim mesmo, lembrando das últimas encrencas que tive com aquele desgraçado.

— Iam chamar ele, mas ele não quis vir. — Brian deu de ombros, e percebi que ele não estava mentindo. Jonathan definitivamente tinha um motivo para se manter longe, e ele atendia pelo nome de Sevilla.

— Ah, claro, imagino. — Respondi, com um sorriso sarcástico. Jonathan podia ser perigoso, mas tinha aprendido a temer minha parceira, Babi Sevilla. E qualquer pessoa que temesse Babi não era alguém que eu precisava temer tanto.

— Só para ter certeza... — Provoquei, inclinando-me um pouco para frente. — Tá fazendo o que aqui, Brian?

— Já disse, curtindo a festa. — Ele repetiu com humor, mas a tensão no ar era palpável. Eu não estava para brincadeiras, e deixei isso claro no meu olhar. Seu sorriso se desfez rapidamente. — Tudo bem, falando sério. Vim vigiar a Elizabeth. — Admitiu finalmente, e um brilho de satisfação percorreu meu corpo. Minha intuição estava certa desde o começo. — Você demorou mais para perceber do que eu esperava. Enfim, a Ariel me mandou...

— Ariel? — Franzi as sobrancelhas, o nome dela era uma surpresa. — O que ela quer com a Eliza?

Brian hesitou, como se estivesse considerando o que revelar. Ele sabia que estava pisando em terreno perigoso, e eu percebi o conflito em seus olhos. Finalmente, ele respondeu:

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