Capítulo sessenta e quatro.

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Chapter Sixty-Four 
Você está bonita ★
{Tacoma, Washington}
<Carolina Decker narrando>

Já era noite, provavelmente umas sete horas, e eu estava do lado de fora esperando as meninas para começarmos a nossa parte na investigação. Como sempre, estavam atrasadas. O vento forte e gelado bateu no meu rosto, fazendo meu cabelo voar, e eu abracei meu próprio corpo para me aquecer. As folhas das árvores, tingidas de laranja e vermelho, dançavam no ar antes de cair no chão, criando um tapete colorido nas calçadas úmidas. As luzes dos postes lançavam um brilho suave, refletido nas poças de água.

— Está esperando as meninas? — Ouvi a voz de Gabriel atrás de mim, suave e curiosa.

— Estou, elas estão atrasadas como sempre. — Bufei, tentando esconder meu desconforto com o frio.

— Vocês sempre estão atrasados. — Ele comentou sobre o esquadrão, e eu revirei os olhos, meio que concordando.

— E você, está fazendo o que aqui?

— Esperando os meninos, que estão... — Ele deu de ombros, com um sorriso de quem já sabia a resposta.

— Atrasados. — Falamos em uníssono, rindo.

— Por que está esperando as meninas? Achei que viviam juntas. — Gabriel ironizou, levantando uma sobrancelha.

— Elas saíram para comprar café enquanto eu revisava a investigação. Disseram que iam me buscar às seis e meia para começarmos juntas, mas já são sete. — Murmurei, enquanto o vento batia e minhas bochechas avermelhavam de frio. — E você? Por que não está com os meninos?

— Às vezes gosto de investigar um pouco sozinho. Me ajuda a pensar melhor. Enquanto fazia isso, os meninos foram se organizar.

Assenti, entendendo a situação. Olhei ao redor, apreciando o silêncio interrompido apenas pelo som do vento forte de outono balançando as árvores secas. As vitrines das lojas refletiam a luz dourada do pôr do sol, criando um cenário aconchegante apesar do frio.

— Você está bonita. — Gabriel cortou o silêncio, e eu olhei para ele surpresa. — Quer dizer, você é bonita, mas agora você está especialmente...

— Obrigada. — Dei um sorriso gentil, sentindo meu rosto esquentar. — Você também é bonito, Di Laurentis.

— Obrigado, Decker. — Ele sorriu, um sorriso sincero que fez meu coração acelerar.

Nos olhamos por alguns segundos, e depois dei um meio sorriso para ele, que sorriu de volta. O sorriso dele era lindo, encantador de uma maneira que eu não conseguia ignorar.

— Sabe, Gabriel, às vezes eu acho que investigamos melhor sozinhos, mas outras vezes... é bom ter companhia. — Disse, tentando manter a conversa. Não sei porque eu estava tentando puxar assunto. Há poucas horas atrás eu nem suportava sua presença.

— Concordo. A companhia certa pode fazer toda a diferença. — Ele respondeu, a intensidade nos olhos dele fez meu coração bater ainda mais rápido. Por que tô agindo assim?

Senti um frio na barriga, e acho que corei mais com o pensamento. O silêncio pairou de novo, e eu olhei para a rua escura, verificando a hora no celular. Uma mensagem da Babi apareceu na tela.

Babi: Carol, aconteceu uma coisa.

You: O que?

— Sua companhia chegou. — Bak disse, apontando para o carro preto que parou na nossa frente.

— Chegamos. — Bianca estacionou o carro, saindo rapidamente para se juntar a nós.

— Ah, finalmente!

— A gente pegou trânsito. — Miih explicou, saindo do carro e fechando a porta com um sorriso.

— Tá, tá, já entendi. — Respondi, ainda sentindo o calor da conversa com Gabriel.

— Oi, Di Laurentis. — As meninas cumprimentaram Gabriel, que acenou de volta com um sorriso.

Entrei no carro e encostei a cabeça na janela, observando Gabriel se afastar enquanto Thaiga voltava a dirigir. As ruas de Tacoma estavam tranquilas, com poucas pessoas andando sob as luzes dos postes, o vento soprando as folhas secas pelas calçadas.

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