Capítulo cento e setenta e cinco.

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Chapter one hundred and seventy-five
Vamos ver quem ri por último ★

O quarto estava mergulhado em uma penumbra sutil, a luz fraca de um abajur iluminando apenas o suficiente para revelar o contorno elegante da misteriosa ruiva. O silêncio era profundo, quebrado apenas pelo som ocasional do vento soprando do lado de fora, agitando levemente as cortinas de veludo vermelho. O ambiente exalava uma aura de sofisticação e segredo, com móveis de madeira escura e toques de luxo por toda parte - um perfume caro pairava no ar, misturado com o cheiro suave de flores frescas dispostas em um vaso de cristal.

Ela estava em frente ao espelho, uma peça ornamentada que parecia ter sido tirada de um outro século, os olhos fixos no próprio reflexo. Seus cabelos ruivos caíam em ondas perfeitas sobre os ombros, mas, mesmo enquanto ela os ajeitava com um gesto distraído, havia uma tensão latente em seus movimentos. A incerteza que sentia transparecia em seus olhos, enquanto seus pensamentos corriam com uma velocidade vertiginosa.

Bufando levemente, a ruiva jogou os cabelos para trás e esboçou um pequeno sorriso, mais para se convencer do que qualquer outra coisa. A vaidade era uma máscara que ela usava com habilidade, escondendo as dúvidas que agora a corroíam por dentro. O celular vibrando na penteadeira chamou sua atenção, e ela pegou o aparelho com delicadeza, lendo a mensagem que havia acabado de chegar.

- Festa na quarta... - murmurou para si mesma, a voz baixa e carregada de intenções que ainda não estavam totalmente formadas.

Com um suspiro resignado, abaixou a cabeça, apoiando os cotovelos na penteadeira. O espelho agora refletia não apenas sua beleza, mas também a determinação fria que crescia em seu coração. Ela sabia que precisava agir, e rápido. Bárbara e Victor estavam começando a desconfiar, os sinais eram claros. E ainda havia Ana, Mary e Isis, todas em sua cola, observando cada movimento que fazia. Não podia se dar ao luxo de cometer erros.

E havia ainda outra ruiva, um problema que ela não poderia ignorar.

Seus pensamentos se voltaram para Eliza. Usá-la como uma arma? Não... Diogo a protegeria com unhas e dentes, e isso levantaria suspeitas. Diogo sempre foi cuidadoso demais. E quanto a Victor? Ele poderia ser a chave para desestabilizar Bárbara. Sim, poderia funcionar. A frieza tomou conta de sua expressão enquanto ponderava as possibilidades.

- Eu sempre dou um jeito... - sussurrou, pegando um copo de cristal que estava ao seu lado e bebendo um gole d'água, deixando o líquido refrescante acalmar seus nervos por um momento.

Ela sabia que precisava de sucesso. Mais do que isso, precisava de respeito. Não importava o que tivesse que fazer para conseguir. Ela se certificaria de que todos a respeitassem, que entendessem que não deveriam subestimá-la. Seus olhos brilharam com uma intensidade perigosa enquanto formulava o próximo passo.

- Collin disse que Victor se aborreceu... - murmurou para si mesma, agora em voz mais alta, como se o som das palavras a ajudasse a organizar seus pensamentos. - Se Victor ficou bravo por causa da Lara, posso usar isso contra ele... Bárbara fica em segundo plano.

Ela levantou-se, a cadeira fazendo um leve rangido no assoalho antigo, e caminhou em direção à janela. A noite lá fora era escura, pontuada apenas pelas luzes distantes da cidade. Um sorriso frio se formou em seus lábios enquanto decidia seus próximos passos.

Precisava descobrir qual era a relação entre Victor e Lara, qual o segredo que eles guardavam. E, quando soubesse, todo o resto se desenrolaria. As peças cairiam perfeitamente em seus lugares, e os agentes seriam apenas mais obstáculos superados em sua busca por vingança.

- Vamos ver quem ri por último... - murmurou, virando-se novamente para o espelho, onde sua própria imagem a encarava, com a mesma frieza calculada que ela já estava acostumada a ver.

Assim que tirasse os agentes do caminho, voltaria ao plano original. Sua vingança seria perfeita, meticulosamente executada, e, quando chegasse o momento, todos os que a subestimaram saberiam o quão grave foi o erro que cometeram.

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